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Entrails - "Resurrected From The Grave" Review


História engraçada com os Entrails. Durante oito anos, de 90 a 98, a banda existiu sem lançar nada. Nada, zero. Nenhuma demo, single, EP, promo track, o quer que seja. Tudo porque a banda nunca estava satisfeita com as suas gravações. A banda lá acabou até que ressurgiu dez anos mais tarde, em 2008, e cerca de seis anos já têm três álbums, duas demos, dois splits e um single. Essas músicas, as tais que nunca foram editadas em cerca de oito anos de existência da banda acabaram por ser a base para as demos lançadas e gravadas em 2009 por Jimmy Lundqvist, o mentor do projecto e responsável pelas guitarras, baixo e programação da bateria (que não está má de todo), e por Jocke SVensson na voz.

Não há grande mistério sobre o que esperar daqui. Para quem conhece Entrails, está na cara que é death metal sueco na sua forma mais pura. Para quem não conhece, sabendo a origem da banda, tendo em conta os títulos das demos ("Reborn" e "Human Decay") e das músicas, não é difícil chegar à mesma conclusão. Esta compilação da Metal Blade recupera então as duas demos, num total de quase setenta e quatro minutos de duração e é uma boa oportunidade para os fãs da banda que gostavam de colocar as mãos nestes itens, lançados no underground, de forma limitada cinco anos atrás - a primeira, "Reborn", lançada em k7, edição limitada a mil unidades, enquanto a segunda, "Human Decay", lançada em CD-R, limitada a cinquenta unidades.

Já se sabe que os fãs vão adorar, mas... será que a qualidade das demos é assim tão alta que justifique a reedição? Até é, é death metal sueco, com bom som, dentro de tudo o que são os padrões do género. A questão é que já é algo que já se ouviu até à exaustão em qualquer uma das bandas clássicas do género. Lá por ser uma reedição de demos, a questão é que as demos foram lançadas apenas cinco anos atrás e não mostram nada que fosse novo, nem que tivessem sido lançadas vinte anos atrás. Ok, há malhas boas, há pormenores engraçados - como a referência a Bolt Thrower na "Triumph Of Sinners", mas a verdade é que já se viu isto tudo antes, feito de forma mais eficiente e ao ouvir "Resurrected From The Grave", durante setenta e quatro minutos, parece tão sem sentido como ouvir uma banda de covers a tocar o "Left Hand Path" em mono - porquê tempo a ouvir cópias se o original é bem melhor?


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira