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Blood Of Kingu - "Dark Star On The Right Horn Of The Crescent Moon" Review



Pelo nome, e não se sabendo bem porquê, pensa-se em Nile, e em termos sonoros essa associação também surge embora seja notória de forma bastante clara a abordagem black metal. Talvez seja pelo conceito – aquilo que está na base da banda é a exploração de mitologia e tradições sumérias, egípcias, tibetanas e indo-arianas (o povo que habitou a zona do vale do Indo, onde actualmente é a Índia) – focar as tradições dos povos que habitaram no médio oriente e toda essa cultura que já desapareceu. O próprio nome vai nesse sentido – Kingu era um antigo deus da Babilónia que foi morto por outro deus, Marduk, e que do seu sangue deu origem à humanidade.

“Dark Star On The Right Horn Of The Crescent Moon” (na ausência dos Bal-Sagoth, temos sério concorrente para nomes enormes de músicas e álbuns) é já o terceiro álbum da banda (que surgiu das cinzas dos Hate Forest, com membros dos Drudkh), o primeiro pela Season Of Mist, depois de uma ausência de quatro anos e ao ouvi-lo Nile é mesmo o nome que mais surge. Talvez não tenha tanta intensidade e certamente não tem a dinâmica que a música do grupo norte-americano tem mas em certos momentos a semelhança é assombrosa – basta ouvir por alto a “He Who Is Not To Be Named” para se perceber o que estamos a falar.

O grande problema aqui é mesmo a falta de dinâmica. Torna-se muito difícil distinguir umas faixas das outras. Não se pode dizer que existam algumas que se destaquem além das duas primeiras, onde se inclui a já mencionada “He Who Is Not To Be Named”, e o interlúdio “Prayer To The Gods Of Night” porque o resto é tudo igual, tudo no mesmo tempo, tudo com os mesmos riffs desinteressantes. Esperava-se mais, muito mais. É certo que pode-se facilmente cair na tentação dos gimmicks das sonoridades étnicas, mas quando a alternativa é fazer um álbum cheio de blastbeats, repetitivo até à exaustão… então é porque os gimmicks não são um truque e sim uma necessidade básica para se fazer música interessante.


Nota: 5/10

Review por Fernando Ferreira