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Pallbearer - "Foundations Of Burden" Review


Os Pallbearer assumem-se como uma das mais excitantes propostas saídas do underground norte-americano, com um primeiro álbum lançado em 2012 muitíssimo bem recebido pela crítica, por amantes do género doom e até por pessoas que não são muito familiares ao género. Dois anos depois, as expectativas são granes e a banda não desilude com um segundo álbum ainda melhor do que a estreia, se algo se julgava possível. Efectivamente é verdade, “Foundations Of Burden” transcende o género a que se submete com uma classe arrebatadora e com um espírito impossível de se ficar indiferente.

Começando de mansinho, se é que se pode atribuir tal adjectivo ao malhão que é “Worlds Apart”, os terrenos do doom são corajosamente desbravados até outras fronteiras serem atingidas. De uma forma que tem tanto de subtil como de genial, com uma sensibilidade melódica que apetece chamar a tudo isto como um pós-doom mas que se pára a tempo porque de uma vez por todas é parvo chamar-se ou inventarem-se categorias parvas para a genialidade incontida. Certas coisas devem ficar por catalogar, certas coisas apenas devem ser apreciadas. Assim como estas seis músicas.

Com temas de uma beleza épica onde se torna impossível destacar algum, mas que é obrigatório mencioná-los pela sua qualidade absurda: “Foundations”, “Watcher In The Dark”, “The Ghost I Used To Be” (que apesar dos seus dez minutos, parece curta demais), “Ashes” (melodia singela digna de um álbum dos Sigur Rós) e “Vanished”, sem esquecer a já mencionada “Worlds Apart”. As palavras são vãs quando confrontadas com algo deste género. A única descrição possível é feita através da própria obra. Poderão efectivamente não estar no seu auge, acreditamos e esperamos que não, mas este álbum é um dos melhores que a música viu ser lançado nos últimos anos, transcendendo todos os géneros, acima de categorias, acima de toda a adjectivação. As votações para o melhor álbum do ano estão encerradas, ele está aqui.


Nota: 9.7/10

Review por Fernando Ferreira