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Downfall Of Gaia - "Aeon Unveils The Thrones Of Decay" Review


O início de “Aeon Unveils The Thrones Of Decay” é perturbador. Quer dizer, para o pessoal que manja metal extremo desde tenra idade, não é nada de extraordinariamente original, mas o ambiente criado com o início da sua primeira faixa, “Darkness Inflames These Sapphire Eyes”, é intenso e perfeito para uma banda sonora de filme de terror, assim como que o que vem de seguida parece indicado para, primeiramente, um álbum de black metal, como de seguida, para um álbum de doom metal, arrastado e pesadão. Isto tudo antes de atingir os quatro minutos dos seus nove e meio de duração. Na verdade, nenhum destes estilos lhe veste a pele de forma justa, mas a haver um mais próximo, será sem dúvida o black metal.

A intensidade do sludge confere-lhe aquele nível de brutidão e sujidade adicional que o black metal recebe de braços abertos, atingindo níveis tais que ao final das duas primeiras músicas – portanto, praticamente vinte minutos depois de começar a ouvir o trabalho – já se começa a pedir por piedade. Os Downfall Of Gaia, tendo noção das dinâmicas necessárias para fazer um grande álbum, decidem intervalar com uma singela faixa acústica, “Ascending The Throne”, que apesar de não ser particularmente brilhante, cumpre o efeito, ficando-se pronto para levar mais porrada sonora, que é basicamente do que se trata ao ouvir a “Of Stillness And Solitude”.

Este terceiro trabalho dos alemães Downfall Of Gaia traz um novo significado para a palavra intensidade e depois de o ouvir na totalidade, não se fica com vontade de repetir a audição, mesmo acabando em nota alta, com o melhor a ser deixado para o fim na faixa instrumental “Excavated” . Pode parecer um defeito mas neste caso é apenas fruto da sua intensidade. Se este álbum fosse um filme de terror sangrento, seria um filme em que os espectadores saem completamente encharcados em sangue. É também um dos raros casos em que os pós-qualquer-coisa que supostamente marcam o seu som, não seguem o caminho de se esforçarem para cumprirem certos pressupostos estilísticos, dando mais importância ao resultado final, que tem artilharia suficiente para destruir um pequeno país. Épico, violento, hipnótico, sufocante, excessivo. Portanto, bom.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira