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Desert Storm - "Omniscient" Review



Uma das coisas que o regresso dos Gorefest não colmatou foi o vazio que ficou quando deixámos de ouvir o melhor do death’n’roll, com uma voz de urso das cavernas vitaminado com esteróides nucleares. Os Gorefest já acabaram há já algum tempo e a banda holandesa não está remotamente relacionada com os Desert Storm, que são britânicos, mas a verdade é que assim que a voz de Matt Ryan soa no início de “Outlander”, a banda holandesa é a primeira coisa que vem à mente. Talvez o timbre e a tonalidade não sejam tão profundos, mas é o mais parecido que se ouviu nos últimos anos. Juntando a isso um enorme e saudável feeling stoner, é um bom assalto de nostalgia.

Não é disso que eles vivem, até porque as dúvidas de que os Gorefest sejam uma inspiração são mais que muitas. De qualquer forma, essa é uma questão secundária, já que este é o seu terceiro álbum, um que os define sem sombra de dúvidas como uma das coisas mais excitantes do stoner. Além de juntar os típicos riffs a uma voz com bastante gravilha (além de lembrar Jan-Chris Koeijer dos Gorefest, também dá uns repentes de Gary Meskil dos Pro-Pain) há um certo refinar na composição de que entra mais nos campos do hard’n’heavy do que propriamente stoner, sendo que as duas facetas convivem muito bem em faixas como “Queen Reefer” e “Sway Of Tides” .

Quando uma espécie de balada country como “Home” resulta tão bem, é porque estamos na presença de algo muito especial, algo que nos remete para coisas de antes, tal como rock sulista, aquele feeling tipicamente norte-americano (que em termos musicais, invariavelmente, é especial quando vem do coração dos britânicos – The Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, etc) que contagia todos os que gostam de fechar os olhos quando se ouve, esboçando apenas um sorriso e abanando levemente a cabeça. Temas como “House Of Salvation” e “Night Bus Blues” conseguem-no facilmente. Apesar de estar a ser analisado agora, este álbum vai ser lançado no início do próximo ano e como tal mostra-se como um dos grandes discos a que todos os amantes do stoner terão que obrigatoriamente adquirir. Rock On!
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira