About Me

Alkoholizer - "Free Beer Surf's Up" Review


Começar uma crítica com “Thraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash” já é uma trademark própria que define logo ao que se vem, embora não fosse mal pensado também criar uma que fosse “Thraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash buuurp”, já que a quantidade de bandas que têm a cerveja como centro das atenções também começa a ser considerável, embora a posição de Tankard seja intocável. Os Alkoholizer são italianos e são mais uma banda que nos chega pelas mãos da também italiana Punishment 18 Records, pertencendo a um lote de boas propostas thrash metal que nos chega tanto daquele país como daquela editora, ainda que este segundo trabalho não seja deslumbrante.

É difícil ser-se deslumbrante quando existem tantas bandas a fazer o mesmo e a fazê-lo bem, pelo que ser capaz de lançar um álbum que tenha relevo no meio de tantas propostas, conseguindo manter aquilo que é a essência do thrash metal tradicional e ao mesmo tempo de uma forma que soe refrescante é mais complicado do que à partida se poderia supor. Ainda assim, este trabalho tem tudo para deixar o thrasher comum entretido por uns bons tempos. Temos riffs que convidam ao headbang, solos cortantes, o esquema dos refrões gritados em coro (algo que até é bastante comum tanto no crossover como no thrash como no hardcore), bons leads e boas harmonias.

Até se tem direito a um cheirinho da clássica “Misirlou” no solo da “Surf’s Up”, o que espelha bem o divertimento que a banda tem ao tocar. Contrário ao que se pensa, nem só de cerveja e festas se fala aqui, tendo algumas letras mais socialmente conscientes como “System Aberration”, “Antisocial Trap”, “Mind Pollution”, entre outras. Quando o negócio é thrash metal, as letras, apesar interessar que tenham qualidade, não são fundamentalmente importantes já que o que interessa mesmo é o som: thrash metal segundo a tradição americana, que não vai converter os infiéis mas vai entreter os fieis sem problemas, já que lhes dá precisamente aquilo que eles querem. Thrash’s up!


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira