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Jorn Lande & Trond Holter Present Dracula - "Swing Of Death" Review


Já é chover no molhado a quantidade de projectos que nasceu por parte dos artistas com contrato ou ligações à editora italiana Frontiers Records, no entanto, seria errado, totalmente errado, dizer que esta joint venture entre Jorn Lande & Trond Holter é apenas “mais um”. Para já vamos às devidas apresentações. Jorn Lande é um talentoso vocalista, com uma certa aproximação à voz imortal do saudoso Ronnie James Dio e à de David Coverdale, com uma longa e recheada carreira, seja com bandas seja a solo. Tron Holter não terá um currículo tão impressionante e tão vasto, mas não deixa de ser um dos músicos de hard rock mais respeitados da Noruega, tendo feito carreira nos Wig Wam.

A razão dos dois se terem juntado é uma ópera rock sobre, como já deve ser óbvio pelo título, a lenda de Vlad Tepes, mais conhecido e popularizado como Drácula, já extremamente explorado no reino do cinema e até na música mas nunca com um álbum inteiramente dedicado. O começo com “Hands Of Your God” é bem teatral a fazer lembrar os musicais na melhor tradição da Broadway. Altamente melódico e viciante. O primeiro cheirinho a guitarras distorcidas é na faixa seguinte “Walking On Water” onde temos um grande riff e um grande refrão onde a voz de Lande brilha intensamente. O tema título traz-nos novamente um grande feeling de musical, com um refrão para lá de viciante, impressionante mesmo. “Masquerade Ball” acrescenta-lhe intensidade dramática, enquanto “Save Me” conta a participação especial de Lena Fløitmoen Børresen, que tem uma voz hipnótica. Aliás todas as músicas em que participa (“River Of Tears” e “Into The Dark”), acontece isso mesmo, hipnose, quase deixando Lande para segundo plano.

Do início ao fim, este é um álbum que prende e cativa logo ao primeiro contacto, com o seu forte teor cinematográfico e teatral, transmitindo uma série de imagens apaixonantes, nem sendo preciso ter sempre a voz para que as músicas resultem em pleno, como é o caso da excelente instrumental “True Love Through Blood”, um dos pontos altos deste trabalho, um exemplo de como é possível fazer um instrumental com tanta qualidade como uma outra música vocalizada – ou talvez ainda mais. É um trabalho superior, um dos grandes trabalhos da Frontiers dos últimos anos e sem dúvida, um dos melhores do ano e ainda nem Janeiro terminou ainda. Talvez seja apropriado apenas para os que gostam de sons mais melódicos mas de qualquer forma, é um trabalho excepcional.


Nota: 9.5/10

Review por Fernando Ferreira