“GA.GA.R.IN” é a abreviatura para Galactic Gateways for Reborn Intelects e realmente ao ouvir este 1º longa duração destes italianos – o 1º em vinte anos de carreira – chega-se depressa à conclusão de que está aqui um “portal intergaláctico” para uma mescla de rock psicadélico, doom metal de velha guarda e stoner. A palavra de ordem aqui é diversidade. O pegajoso tema-título, o qual foi escolhido para videoclip de apresentação de “GAGARIN”, é capaz de ser também a faixa mais simplista do disco, assim como a que deve ter direito a mais audições dada o quão catchy consegue ser. O resto do disco está povoado por temas de rock progressivo muito mais complexos e psicadélicos onde os italianos revelam o seu eclecticismo sem limites, com breves interlúdios de atmosferas que podem ser consideradas ora zen, ora alucinadas; melodias que se sobressaem entre os riffs mais durões e o facto dos Misty Morning serem incapazes de se manterem dentro de um só estilo torna a audição deste “GAGARIN” uma jornada inesperada.
A enorme variedade é um pau dois bicos neste caso. Irá atrair muitos curiosos e afastar outros tantos por ser um disco tão disperso. Ainda assim, tem os seus momentos de brilho como no já referido tema-título, na mais doomy “Black Monk Lives” e na aura de rock sulista que “Doomzilla” traz, tema que tem uma versão bastante divertida e interessante cantada em japonês como tributo ao famoso lagarto que inspira a canção. Quer se goste ou não de “GAGARIN” para se chegar a essa conclusão é preciso explorá-lo e foi para ser explorado como se tratasse do vasto desconhecido do Espaço que os Misty Morning o compuseram.
Nota: 7.8/10
Review por Tiago Neves
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