O intro “-1”, com guitarra e saxofone, cria a expectativa de algo inovador, mas a partir de “Destroy Replace Create” percebe-se que o caminho é um thrash/death aqui e ali técnico, mas sempre rápido e brutal. Chegados a “View Of A World” o prometido sax regressa, mas já vem tarde. Este é o segundo disco a solo de Krimh ou melhor Kerim "Krimh" Lechner, baterista austríaco conhecido pelo seu trabalho em Decapitated, e há poucos meses em Septic Flesh. Como disco de baterista, normalmente os temas instrumentais abundam – na realidade apenas “Czarna Śmierć” é cantado – e a bateria está omnipresente, e assume em alguns temas um papel principal como na faixa título, porventura uma das melhores do disco. A faixa “Krimhera” é um bom exemplo de como o trabalho podia ter sido mais original, substituindo os momentos melódicos (minuto 4:30, por exemplo) por instrumentais de saxofone, em lugar dos teclados new age. Recheado de dinâmicas, este disco revela-se muito técnico, reforçado por um
trabalho de produção e captação que permite escutar pormenores que
interessam em particular aos bateristas. Longe de ser um trabalho
monótono, tem diversidade que baste embora quase sempre os instrumentos
sirvam mais para ligar duas partes de bateria ou reforçar esta, como se
pode perceber na escuta de “Ghoul”.
Com “View Of A World” conclui-se o disco, numa faixa por vezes mais sombria, no som de guitarra, mas com algumas das partes de bateria mas rápidas. Sendo um projecto a solo, em que Krimh assume os instrumentos, seria interessante que tivesse alguma colaboração exterior que permitisse sair do carácter mais técnico em que a música acaba por cair. Apesar de tudo, um trabalho que permite descobrir um excelente baterista e que abre o apetite para a próxima passagem de Septic Flesh por cá.
Nota: 7/10
Review por Emanuel Ferreira
