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Dehuman - "Graveyard Of Eden" Review


Death metal sem contemplações é o que nos chega da Bélgica, com o regresso dos Dehuman, depois da estreia em 2012. É o tipo de proposta que não surpreende. Mesmo para quem não os conheça. Fala-se em death metal e tal fica-se arrumando, sem razões para mais questões, o que por um lado pode ser positivo. Se estivermos a falar de Cannibal Corpse, é esperado death metal brutal com temática gore e a técnica apurada. O mesmo se pode dizer se falarmos de Suffocation – menos a temática mais gore. E quanto aos Dehuman? A banda não tem o nível dos dois monstros do género atrás citados, mas a sua proposta corresponde a todos os requisitos necessários para pertencer à categoria. Como explicar, mesmo preenchendo esses requisitos, os resultados não serem tão entusiasmantes como aqueles que normalmente um álbum dos Cannibal Corpse ou Suffocation?

Podemos pegar no facto de serem bandas históricas e de já terem conquistado o seu espaço e lugar na história do género e até de como isso é injusto para todas as bandas novas que surgem, mas são as regras do jogo e não há nada que se possa fazer para alterar. Quanto a “Graveyard Of Eden” especificamente, tem todos os requisitos necessários para que os fãs de death metal bruto se sintam perfeitamente em casa. “Obedience To Pestilence” e “Invocation Of Sublime Death” são do melhor que se pode ouvir neste segundo trabalho mas nenhum deles consegue fazer esquecer tudo o que está para trás, nem sequer ficar um certo sentimento de déjà vú no ar.

Não quererá isto dizer que é um mau álbum. Não é mau, não tem má produção, nem maus músicos, nem são más músicas as oito faixas que compõem este trabalho. Apenas não são excelentes. Talvez tenhamos sido demasiadamente mimados pela qualidade das propostas que nos vão chegando diariamente, mas a verdade é que existe um padrão de excelência – independentemente do estilo – que este trabalho simplesmente não chega lá. Existem momentos onde sentimos que os pés dessa excelência é beliscado (“Goddes Of Sins” com a sua longa intro e excelentes solos de guitarra são o maior exemplo), mas de resto não há aqui nada que consiga prender muita a atenção por muito tempo, sendo o chamado álbum que entretem até aparecer algo melhor, coisa que costuma aparecer frequentemente. Talvez um dia isso não lhes aconteça mas por enquanto não.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira