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Ad Nauseam - "Nihil Quam Vacuitas Ordinatum Est" Review


Antes de "My Buried Dream" chegar ao fim, o ouvinte vai andar à procura da matrícula do camião que acabou por o atropelar. Mas a brutalidade deste camião italiano chamado Ad Nauseam, não é o facto de se tratar de puro e duro (e banal) death metal, mas sim pelas suas dinâmicas e qualidades técnicas. Não se pode dizer que se trate de uma banda ultra técnica, que obriga o ouvinte a tomar nota do número de escalas impossíveis conseguem tocar em cada dedo. Aqui, o técnico destina-se exclusivamente às soluções de composições menos óbvias (tal como aquelas que esperariamos num álbum de Gorguts) e que impedem que o ouvinte consiga relaxar. Ou por outras palavras, muita coisa a acontecer rapidamente.

Tendo em conta que se tratam de oito faixas e que a mais curta tem quase cinco minutos, podemos dizer que se trata de um álbum que não será para qualquer ouvido. O que de certa forma representa um desafio e para aqueles que estão fartos e cansados de música imediata, têm aqui mesmo um desafio à altura. Parafraseando "Interstellar", o mais recente filme de Christopher Nolan, cinco minutos no mundo real representam cinco horas no interior de "Nihil Quam Vacuitas Ordinatum Est". E tal é curiosamente recompensador. Mais que não seja por ser tão intrigante.

Na linha das grandes bandas que nos fazem estranhar e depois, (algumas vezes muito depois) entranhar, esta estreia dos Ad Nauseam cai como uma pedrada no charco e é fácil vê-los não daqui a muito tempo a serem um dos grandes nomes do género a nível mundial. Músicas como "La Maison Diev" e o hiper épico de onze minutos "Superimposing Mere Will And Sheer Need" (já para não dizer as outras seis) são verdadeiras lições de como fazer death metal técnico e ao mesmo tempo fazer grandes músicas. Grande surpresa, grande álbum.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira