Os Bloodscribe são um quarto de Los Angeles que se dedicam a um género cada vez mais emergente no underground mundial, apelidado simplesmente de slam. O seu álbum de estreia, “Prologue To The Apocalypse”, foi lançado recentemente pela
Gore House Productions, um nome cada vez associado ao death-metal/slam
de qualidade. Infelizmente, apesar de relativamente aceitável como
primeiro esforço, o álbum de estreia desta banda iniciante padece do
mesmo mal que muitas bandas do género sofrem: uma dose pouco saudável de
falta de originalidade e versatilidade.
Tudo o que aqui ouvirem já foi feito e refeito ad nauseam, sendo um álbum rico em clichés e com imensa falta de progressividade, chegando a dificultar a distinção entre músicas para o ouvinte menos atento. Além dos aspectos sonoros, a própria temática, artwork e letras podem ser apelidadas como genéricas. A voz mantém-se exactamente no mesmo registo do início ao fim, mudando apenas a métrica, o que pode aborrecer alguns ouvintes. A mistura da bateria também deixa algo a desejar, sendo ocasionalmente demasiado baixa e completamente desprovida de impacto. Deixando de lado os aspectos negativos, convém referir que há algo de valor neste álbum, principalmente para aficionados do género. Possui algumas secções esporádicas que demonstram uma certa habilidade técnica pela parte dos integrantes, e abunda em brutalidade, sendo parcialmente atractivo para fãs do lado mais extremo do metal. Há uma certa potência ocasional na voz, misturada com algumas tentativas próximas dos muito comuns pig squeals, que torna mais tolerável o tom monocórdico do vocalista Jasan, e certos momentos mais inspirados na secção de cordas conseguem traduzir-se em riffs verdadeiramente apocalípticos, com alguns laivos de originalidade.
É digno de nota que este é o primeiro esforço de um grupo que ainda está no início, e apesar de ser globalmente uma obra com pouco impacto e facilmente esquecível, é uma primeira tentativa minimamente válida para o quarteto de L.A., sendo que o seu maior defeito é estarem completamente colados ao lado mais genérico do slamming death-metal, algo que dificilmente irá atrair ouvintes de outros subgéneros de metal.
Nota: 6.5/10
Review por Ricardo Pereira
