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The Vintage Caravan - "Arrival" Review



Os putos maravilha da Islândia estão de volta. Depois de uma grande estreia em 2009, e de um segundo álbum, repescado pela Nuclear Blast, eis que o power trio que parece que acabou de descer de uma máquina do tempo com origem na década de setenta volta com o terceiro álbum, o tal decisivo. Não só mantem a qualidade do segundo e tem a energia crua do primeiro, como também ainda eleva um pouco mais a fasquia para o futuro. E nem uma mudança inesperada de formação – a troca de baterista – foi impedimento para que este “Arrival” saísse da forma (quase) perfeita como saiu.

Ao terceiro álbum já não deveria ser surpresa o talento que sai destes jovens músicos, mas mesmo assim, é impossível não ficar de boca aberta pela abertura deste álbum com “Last Day Of Light”. Não é que o tema em si seja esmagador em termos técnicos, mas o feeling vintage e boa onda do seu hard rock é esmagador. Mais do que ser uma simples banda retro, ou uma “nova” abordagem ao stoner, o que temos é um extremo bom gosto musical. A partir do momento em que as músicas se sucedem sem dificuldade e existe resistência para que as mesmas não acabem (assim como ao álbum) é um indicativo de que se está completamente viciado. E é esse o poder deste álbum, viciar.

O feeling que emana desde álbum é de uma coisa do outro mundo – e feeling é uma coisa que apetece dizer muitas vezes no decorrer de “Arrival” – com grandes solos, uma grande secção rítmica (a bateria em “Monolith”, por exemplo, soa fortíssima), as linhas vocais melhores que nunca, quer em termos de composição como de entrega. Talvez não se mostre tão imediato com anteriormente, mas esse será, provavelmente, um sinal em como a longevidade do trabalho é acima da média. Soar clássico e ao mesmo tempo actual, não é fácil de sentir e até pode-se ver como algo paradoxal, principalmente para uma banda como os The Vintage Caravan, mas é o que acontece aqui. Os islandeses soam clássicos como o melhor que a década de setenta tem para nos oferecer e ao mesmo tempo, totalmente integrado nos dias de hoje. A prova que a boa música é imortal.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira