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Glowsun - "Beyond The Wall Of Time" Review


Os Glowsun não são uma banda, em termos de sucesso, arrasadora. Até há um certo desconhecimento. E depois de ouvir este “Beyond The Wall Of Time”, isso é totalmente injusto. Ao terceiro álbum, a banda revela uma maturidade como se já andasse nisto à décadas. Tendo em consideração que o som que estes franceses tocam é stoner rock/metal instrumental com alguns toques (generosos) de rock psicadélicoespacial, a fasquia ainda se eleva mais um pouco. É certo que hoje em dia, com os sintetizadores, e todos os efeitos existentes, é mais fácil conseguir arrancar sons estranhos, mas a banda mantem uma aura vintage bastante saudável e apreciada para estas coisas do stoner.

O que pode surgir num álbum instrumental é um certo enfado, principalmente com algumas faixas a atingir a marca dos nove minutos, mas neste caso isso não se verifica. Podendo sofrer dos males de cada um dos estilos mencionados atrás (stoner, rock/metal instrumental, rock psicadélico/espacial) o que temos aqui é mesmo um equilíbrio de génio entre as suas melhores qualidades. “Arrow Of Time” começa o álbum de mansinho e revela-se um senhor épico de rock espacial que acaba por hipnotizar o ouvinte em pouco tempo – embora este só se aperceba quando a faixa já vai na sua segunda metade. Onde os Glowsun claramente capitalizam é na forma como usam o peso. Onde as coisas podem tender a cair num esoterismo que apesar de bom, não chega a ferver o sangue, aqui a banda ataca de forma bem sucedida o seu lado mais metal.

No final de tudo, o álbum encaixa bem no género de rock psicadélico, mas existem aqui muitas mais nuances do que aquelas que à partida se supunha. Pesado, místico e viajante, esta é uma daquelas viagens que apetece ter constantemente, mesmo que, como álbum sofra um pouco por alguma instabilidade no seu final, aparentando estar a perder um pouco o gás. De qualquer forma, o saldo é bastante positivo e há aqui matéria suficiente para que os franceses Glowsun subam mais uns degraus nos degraus do reconhecimento do underground. Sobem eles uns degraus e voamos nós em direcção ao espaço sideral.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira