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Helloween - "My God Given Right" Review


Michael Kiske já saiu da banda há mais de vinte anos e também há mais de vinte anos que Andi Deris que assumiu a tarefa difícil de tanto substituir uma lenda viva do heavy metal assim como reabilitar uma banda que andou pelas ruas da amargura durante alguns anos. Pode-se alegar muita coisa de Deris mas que cumpriu a sua tarefa de forma exemplar isso inegável. A banda rápido se colocou novamente como uma das principais forças mundiais de power metal, dando-se ao luxo de algumas escorregadelas e alguns erros de cálculo. Suportando mudanças de formação sempre com bons trabalhos, é com essa expectativa com que mergulhamos para este “My God Given Right”, expectativa essa que podemos já adiantar que é totalmente cumprida.

“Heroes” inicia o álbum de forma forte e mostra duas das facetas mais apreciáveis destes Helloween: ritmos fortes e refrões memoráveis, algo que a faixa seguinte também evidencia. “Battle’s Won” continua com os ritmos uptempo, os refrões grandiosos e também nos dá as harmonias entre as duas guitarras, que já são uma marca registada da banda alemã. Os velhos do Restelo podem continuar a chorar por tempos idos, mas até mesmo eles não poderão negar a qualidade de temas como aquele que dá o nome ao álbum, “Lost In America” e “Creatures In Heaven”. Provavelmente, se esses mesmos velhos do Restelo forem com a mente fechada (ou ocupada com temas do “Keepers Of The Seven Keys I e II”), de certeza que vão encontrar algumas dificuldades em com que estes temas entrem à primeira, mas não será necessário muito mais para que eles fiquem lá.

Embora exista dinâmica suficiente para apresentar variedade característica da banda, (tal como a mais compassada “Swing Of A Fallen World” e a baladesca “Like Everybody Else), o registo é sobretudo uptempo, fazendo que este seja um dos álbuns mais fortes da banda nos últimos tempos, e mesmo que não seja uma conclusão a que se chegue após a primeira audição, e que nem se consiga encontrar/reconhecer clássicos à primeira  – porque todos temos um pouco de velhos de Restelo dentro de nós próprios – de certeza que após alguma convivência com este trabalho, se chega à conclusão de que além de ser mais um ponto positivo na já longa carreira da banda alemã, é um grande álbum de heavy/power metal.


Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira