Continuamos a ter um número infindável de novos projectos que nos chegam todos os meses, no entanto, por aquilo que se consegue apreciar com este EP de estreia, os suecos Valley não são mais uns. Se dissermos que o estilo é pós-rock, talvez seja difícil para o caro ouvinte acreditar nesta afirmação, mas a verdade é que desde que “Tunguska” inicia “Sunburst” de forma quase fantasmagórica, que somos agarrados pelas paisagens com que nos apresenta. A ambiência fantasmagórica dá lugar a uma delicadeza levada a cabo pelas guitarras, baixo e bateria que nos contagia. Sabemos de antemão que o pós-rock por vezes tem tendência a ser bombástico e repetitivo na sua fórmula, mas aqui, apesar dos lugares comuns estarem inegavelmente presente, há algo mais… algo quase ternurento, como se o ouvinte estivesse pessoalmente envolvido no tema, como se fossem as suas memórias que estivessem a ser musicadas.
E isto tudo na primeira música.
Nada nas três músicas seguintes contraria ou contradiz o que foi dito sobre a primeira. Reafirma até a capacidade dos suecos em criar ambiências que nos levam a viajar, mas ao mesmo tempo a ternura e a familiaridade de estarmos num sítio que já conhecemos com pessoas de quem gostamos. Poderá parecer algo estranho e até inadequado tendo em conta de que estamos a falar de música, mas a principal arma da música, da boa música, é a emoção que consegue transmitir e contagiar ao ouvinte, e aqui essa arma é usada de forma inteligente. “Sunburst” não é a revolução que o pós-rock talvez precise, mas que são quatro músicas extraordinárias, isso sem dúvida que é.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira
E isto tudo na primeira música.
Nada nas três músicas seguintes contraria ou contradiz o que foi dito sobre a primeira. Reafirma até a capacidade dos suecos em criar ambiências que nos levam a viajar, mas ao mesmo tempo a ternura e a familiaridade de estarmos num sítio que já conhecemos com pessoas de quem gostamos. Poderá parecer algo estranho e até inadequado tendo em conta de que estamos a falar de música, mas a principal arma da música, da boa música, é a emoção que consegue transmitir e contagiar ao ouvinte, e aqui essa arma é usada de forma inteligente. “Sunburst” não é a revolução que o pós-rock talvez precise, mas que são quatro músicas extraordinárias, isso sem dúvida que é.
Nota: 8.6/10
Review por Fernando Ferreira
