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Baroness - "Purple" Review


Muita expectativa havia (e ainda há) em relação ao sucessor "Yellow / Green" dos Baroness. Principalmente porque já passaram quase quatro anos e porque a banda, pouco depois do lançamento desse álbum duplo, teve um caricato acidente de viação que quase significou o fim da banda. Não significou o fim da banda mas pelo menos provocou algumas mudanças no alinhamento, nomeadamente a saída do baterista Allen Blickle e do baixista Matt Maggioni. Como diz o ditado, aquilo que não nos mata, torna-nos mais forte, e foi isso efectivamente que aconteceu com os Baroness. Tanto com os membros resistentes, tanto com a sua música que foi transportada para os palcos do anterior álbum como aquilo que se pode ouvir neste "Purple", que contou já com a participação dos novos membros, Nick Jost no baixo e Sebastian Thomson na bateria.

Esse velho ditado é nítidamente real com o que se pode ouvir aqui em "Purple". É um álbum com uma força incrível que se sente logo desde o início, com a entrada de "Morningstar". A mistura única que a banda é especializada em fazer entre rock alternativo e meta esta bem presente, mas existe algo, algo de diferente. Uma maior luz, uma maior força que todos os temas transparecem. Força, sobretudo, emocional. Uma maior sensibilidade que temas como a curta instrumental "Fugue", a esmagadora "Chlorine & Wine" (que poderia muito bem ter sido escrita por Roger Waters) e a enorme "If´I Have To Wake Up (Would You Stop The Rain?)", não escondem. Assumem-nos com orgulho.

Marcando o início de uma nova fase da carreira, não só por ser o primeiro trabalho pós-acidente, mas também por ser o primeiro disco que a banda lança na sua própria e recém-criada editora, a Abraxan Hymns, este é um trabalho obrigatório tanto para os fãs da banda como para aqueles que gostam de rock duro mas emocional. Um renascimento que se sente como tal cada vez que se ouve e depois de ouvir a primeira vez, é garantido que muitas mais se vão seguir. Um disco que se torna um vício mais do que pela soma de virtuosismo, de produção potente ou de ganchos nos seus refrões. Torna-se um vício pela emoção visceral que contém, essa que é sempre mais difícil de capturar em disco.


Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira