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Zakk Wylde - "Book Of Shadows II" Review


Vinte e um anos depois, a sequela. Parece quase como a sequela ou sequelas do “Psico”, que regressaram tanto tempo depois que até parece que não faziam mais sentido. A diferença é que “Book Of Shadows II” faz sentido, faz muito sentido. Não se trata de uma tentativa desesperada de reunir as atenções à sua volta através de um vislumbre de um passado bem sucedido, até porque toda a gente sabe que a carreira de Zakk Wylde está bem de saúde e recomenda-se – convenhamos, se ele não precisa do Ozzy, porque é que haveria de precisar de um álbum acústico.

É essa despreocupação o maior trunfo deste trabalho. Trunfo e triunfo, já que este é um álbum do músico onde ele é igual a si próprio – diga-se de passagem que ele também não é daqueles a quem possa ser acusado de fazer muitas concessões, nem mesmo do seu tempo com o Ozzy. O que também tem que ser dito é que para quem espera peso tal como num álbum de Black Label Society, provavelmente ficará desiludido mas tem que se dizer também que seria bastante ingénuo esperar algo do género. Por outro lado, não faltam aqui solos de extremo bom gosto e com muito feeling, tal como é apanágio do músico norte-americano.

A emoção, aliás, é grande componente desta segunda parte de “Book Of Shadows” – basta ouvir o tom solene da “The King”, capaz de fazer chorar as pedras da calçada. Este tom emocional poderá afastar alguns mais… insensíveis, no entanto, é importante notar que não se entra propriamente no campo da balada lamechas e azeiteira, embora compreendamos que esta atribuição de categoria estará sempre dependente dos gostos de quem ouve. A edição europeia traz mais duas músicas, sendo elas “Tears Of December” e “Lost Prayer”, fazendo com que este álbum ultrapasse a marca dos setenta minutos. Para quem gostou da primeira parte e para quem gosta do músico, este é um álbum obrigatório.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira