Os Dogma trazem-nos um álbum composto por 10 faixas. A banda portuguesa apresentou-nos em Outubro, "Reditum", obra num cunho goth/doom que nos envolve em momentos variadíssimos. Conseguimos ter acesso a uma panóplia de elementos não limpos e suaves, como também somos envolvidos numa atmosfera pesada. Talvez seja uma característica especifica do Gothic Doom - não que isto seja, de forma alguma, uma critica negativa – mas, conseguir trabalhar ritmos góticos (quase folclóricos) e riffs que nos fazem sair do conforto, por vezes tem as suas dificuldades. A banda portuguesa regressa ao ativo, a nível de lançamentos, após uma pausa de aproximadamente 15 anos (note-se que 15 anos é caso para dizer que há ouvintes mais jovens).
O álbum "Reditum", ao longo de aproximadamente 58 minutos, dá-nos uma demonstração de como juntar riffs pesados e vozes limpas consegue dar um resultado positivo. Dentro desta obra podemos destacar alguns temas como "Rosa", segunda faixa do álbum, que nos diz que o Gothic Doom português esta, como é óbvio, vivo e de boa saúde. "Sangue & Frio", quinto tema do álbum, demonstra-nos que é possível ser-se poético e, no entanto, cru. São 6 minutos e meio de riffs rasgados e vozes inconfundíveis da autoria de Isabel Cristina, que volta a encantar-nos de forma suave.
"Anjo Caído” representa também de igual forma, a missão trazida pela banda formada em Lisboa, que é a de transmitir ao ouvinte a ideia de que por vezes uma pausa tem o seu lado positivo. Talvez estivessem a aperfeiçoar a linha de pensamento. O que é facto e que "Reditum" apresenta-se como um marco importante para a história do grupo. O álbum prossegue com faixas como "Novo Senhor das Cinzas", "Esperma de Lava", "Corro pela Floresta" e "Reditum", tema no qual a banda se despede, deixando o ouvinte a questionar-se sobre o que se seguirá no futuro.
Se há motivos pelos quais o ouvinte nacional poderá sentir um pouco de orgulho, no que é feito dentro dos quatro cantos do país, os Dogma certamente têm alguma relevância nesse orgulho.
Nota: 7.8/10
Review por Carolina Lisboa Pereira
