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Laurus Nobilis Music Fest - Dias 2 e 3@ Louro, Vila Nova de Famalicão, 25/07/2019 a 28/07/2019


Dia 2

O segundo dia oficial, começou com uma bomba chamada Besta. Em formato de trio, sem baixista, o grupo lisboeta arrasou, numa performance que foi de longe a melhor do palco secundário. Após isso, pouco espaço sobrava para os Tales Of Unspoken, esforçados, com alterações na formação habitual, mas a anos-luz do que tinha sido Besta. 

Jogando noutro campo, os Gwidion souberam fazer a festa e terminar bem a tarde, com muito humor e um público que até remou por eles. Provavelmente esta terá sido a tarde mais equilibrada e de melhor nível, para este palco.

Já no palco principal as coisas não começavam bem, com uns Sollar que ainda precisam de ganhar rodagem e perder gorduras, se calhar demasiado cedo atirados para este palco. Já com Sinistro passou-se o contrário, merecendo mesmo ter trocado de posição com Crematory. Lado negativo da actuação, o facto de este concerto ter marcado a saída de dois elementos do grupo.

Crematory actuavam em Portugal pela primeira vez e também não justificaram a necessidade de os ver antes, ou sequer de um dia virem a ser revistos. Na realidade o grupo tem apenas um tema, «Tears Of Time», que soube reservar para o fim, ao longo de dez minutos, contados por alguns. 
Depois seguiram-se Samael, verdadeira razão da maioria ter acedido ao espaço naquela noite. 
Arrancando com «Hegemony», seguida de «Samael», foi uma actuação longa que valeu por toda a noite e permitiu escutar alguns clássicos como «Reign of Light», e «Year Zero», para lá de temas obrigatórios como «Ceremony of Opposites». Se a tarde tinha começado bem,  a noite encerrou ainda melhor, num dia com muitos altos e baixos.

Dia 3

No último dia do festival, Toxikull arrancaram com um excelente concerto, com temas do novo «Cursed and Punished». A seguir os Grimlet sofreram com isso, não se percebendo bem o porquê de tocarem em segundo lugar. Veteranos, mas com poucas actuações desde que regressaram, os Grimlet desta fase necessitam de mais rodagem para se tornarem uma máquina interessante.

Outro casting estranho foi o dos históricos Simbiose, nome de culto do hardcore e crust, mas a tocar para um público que não era, claramente, o seu. Se a isso se juntar a escassez da assistência e cansaço da mesma, percebe-se como o concerto ficou aquém do que o nome Simbiose pode sugerir. Em futuras edições este palco e suas escolhas tem de ser repensado.

Pouco antes de arrancar o palco principal, vinha a notícia do cancelamento de Hipocrisy e foi como que um fim abrupto do festival. Notou-se claramente que muitos já não acederam ao espaço e foi longa a fila para troca de bilhete. Ficou a nódoa para o grupo.
Os Analepsy bem se esforçaram, mas também vinham com menos um músico e o seu som embora encaixando bem na noite, está longe de ser popular, da mesma forma que o grupo já tinha actuado várias vezes a norte, nos tempos recentes, desmotivando ainda mais a participação em massa.

Após uma longa espera, foi a vez de entrar Soilwork num daqueles concerto by the book, sem rasgo, mas também sem pontos fracos.
Podia lá estar mais uma malha ou duas, outras serem substituídas, mas esta digressão ainda promove o disco deste ano, o que justificava muita coisa. No final, tocaram até menos um tema que no alinhamento habitual dos festivais de Verão de 2019.
Acabava assim, prematuramente, mais uma edição do Laurus Nobilis.

Fotos: Emanuel Ferreira
Texto: Byron