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Entrevista aos Sabaton


"(...)Through the gates of hell
As we make our way to heaven
Through the nazi lines
Primo Victoria (...)"

Reconhece estas letras? São de uma das músicas mais conhecidas desta banda. Eles são um dos grupos mais amados desta década e talvez do século. Estão em tour o tempo todo, mas tiraram algum tempo para responder a algumas das nossas perguntas. Pär Sundström, baixista e fundador, falou sobre como é ter um canal de História, ter o seu próprio festival, cruzeiro, etc. Até explicou o conceito das roupas de palco. Vamos percorrer Flanders Fields e cantar em uníssono, nesta entrevista.

M.I - Olá e muito obrigada por dedicares algum do teu tempo a responder a algumas perguntas. Eu sei que vocês estão sempre em tournée e não posso agradecer-vos o suficiente por isto.

Olá! Sim, estamos. Mesmo entre as tournées, os Sabaton estão sempre cheios de projectos diferentes. A máquina dos Sabaton está sempre a todo o vapor. Cruzeiro próprio, festival próprio, canal de tv próprio. E as coisas normais, como tours e música!


M.I - Poderias apresentar-te e falar um pouco da vossa história?

Sou o fundador, baixista e gerente dos Sabaton nos últimos 20 anos e isso é basicamente tudo o que faço. Desde quando acordo até ir para a cama, faço coisas dos Sabaton. Eu sou uma pessoa extremamente criativa, não paro de ter novas ideias. Envio para mim mesmo um e-mail várias vezes por dia, lembretes de novos projetos que tenho. Às vezes são algo pequeno, como um detalhe para o cenário, mas às vezes são algo como organizar o meu próprio festival, fazer jogos de vídeo, novo álbum, filme ou algo assim.


M.I - Quem teve a ideia da vossa roupa de palco?

A ideia original, com calças de camuflagem e a roupa do cantor, foi criada para a gravação de video em 2006, mas evoluiu, e as nossas roupas actuais foram actualizadas pelo nosso guitarrista Chris.


M.I - Os vossos principais temas são baseados em guerras, batalhas históricas e actos de heroísmo. Falam mundialmente ou concentram-se no vosso país?

Falamos de todo o mundo. Nenhum país é pequeno demais para ter uma história. Apenas evitamos eventos mais recentes para não nos tornarmos demasiado políticos.


M.I - Historicamente falando, quem são os teus heróis?

Sempre me fascinei com os poucos que remaram contra a maré. Portanto, o álbum "The Last Stand" contém muitas histórias favoritas. Como a do rei Leonidas.


M.I - Vocês têm dois canais no YouTube: o vosso canal principal e um canal de História. Se eu pudesse ter aprendido História assim, provavelmente poderia ter melhorado o meu exame final (risos). Vocês têm alguma ajuda de um historiador ou é tudo feito por vocês mesmos?

O canal “Sabaton History” tem uma equipa inteira de historiadores por trás dele. O anfitrião Indy é historiador, o produtor Spartacus é historiador. Ambos têm especialidades diferentes. O Spartacus está muito focado na cena e eventos europeus nos últimos séculos, enquanto o Indy está mais nas guerras mundiais. Mas há mais pessoas por trás deste canal. A equipa de pesquisa também tem historiadores e o pessoal das redes sociais são estudantes de História. Além disso, o editor e o animador do mapa também são. Então, sentimos que encontramos a equipa certa para fazer este canal!


M.I - O ano de 2012 viu a mudança de membros e o Tommy Johansson foi anunciado como novo membro. Houve ressentimentos entre os membros da banda?

Eu acho que o concerto no Wacken Open Air 2019 fala por si, quando tocamos juntos ao mesmo tempo.


M.I - É muito difícil entrar no mercado americano para algumas bandas, mas para vocês não foi. As multidões receberam-vos bem? Que tal, por exemplo, São Francisco?

Nós esgotamos San Francisco e foi uma grande multidão. Nós esgotamos toda a nossa última tournée e, para nós, o mercado americano funciona bem. Mas trabalhamos muito, apoiamos muitas bandas em pouco tempo e investimos todo o dinheiro que ganhamos na Europa durante vários anos. Alguns disseram que éramos loucos, mas funcionou.


M.I - O vosso festival de música (Sabaton Open Air Festival) começou em 2008 e ainda está a crescer. Como começou?

Eu sempre quero fazer algo mais. Um simples concerto de lançamento do nosso álbum "The Art of War" não foi o suficiente. Então, comecei um festival. Primeiro foi um evento de um dia. Mas hoje são 4 dias, ao ar livre, 2 palcos e atraem fãs de mais de 40 países, tendo-se tornado um dos festivais de música suecos mais internacionais.


M.I - No dia 1 de Dezembro, o Sabaton Cruise X - The Battleship assumirá o poder após uma década. O que podemos esperar disso, além de levar a Batalha do Mar Báltico para um novo nível?

Dobramos o tempo que estaremos no mar. E temos muitas surpresas a bordo. Nunca anunciamos outras bandas antes do cruzeiro. Nós vendemos o cruzeiro numa questão de minutos e achamos que o foco não deve estar no que as outras bandas estão a tocar. Mas, com certeza, o dobro do tempo no mar dá abertura para mais possibilidades.


M.I - "The Great War" foi lançado em 19 de Julho de 2019. Como está a correr a tournée e como está a ser a recepção dos fãs até agora?

Fantástico, a tour é maior do que nunca. A Hartwall Arena, a maior em Helsínquia, esgotou na noite de abertura, e é simplesmente incrível.


M.I. - In Flanders Fields” podemos ouvir um coro a cantar. Podes-nos contar a Ideia para isso?

São basicamente as mesmas pessoas que cantam nos álbuns dos Sabaton desde 2004. Algumas senhoras e amigos que vêm ao estúdio e cantam connosco. A ideia específica dessa música, era terminar o álbum com algo não tão pesado quanto as outras músicas.


M.I - No dia 21 de Novembro, vocês lançaram uma música, seguida de um vídeo com os Apocalyptica, chamada "Angels Calling". O que podes contar-nos sobre a história da música e do vídeo? Quem teve a ideia?

Eu tive essa ideia há alguns anos. Fui ver os Apocalyptica em Madrid para lhes explicar a ideia. A Ideia, de ressuscitar uma música antiga dos Sabaton de uma maneira mais moderna, surgiu quando estava sentado no meu bar de rock favorito e percebi o quão boa é essa música. Só precisava de uma actualização. E aqui estamos agora!


M.I - No dia 23 de novembro, vocês começaram a estreia de "The Great Tour" da Europa, em Helsínquia, Finlândia e estava esgotado. Como foi?

Haha, fantástico! Não posso dizer muito mais. Mesmo que ainda tenhamos algumas surpresas para o resto da tour, estou muito impressionado com o quão todos estavam a trabalhar para tornar esse concerto possível: a nossa banda, os Apocalyptica, nossa equipa e as pessoas por trás da construção do nosso cenário. Eu sinto que o espectáculo dos Sabaton está a tornar-se o que eu sempre quis que fosse. Um grande espectáculo!


M.I - Vocês são cabeças de cartaz, de alguns dos festivais mais importantes. Por falar nisso, têm a ambição de serem um dos maiores nomes da cena Metal, depois de os Iron Maiden ou os Judas Priest se aposentarem?

Claro que tenho tais ambições. Eu não sou muito humilde no que a isso diz respeito. Enquanto tal não acontece, não desejo tornar-me na próxima maior banda de metal do mundo às custas de outras pessoas e não tenho pressa. Vou trabalhar o máximo que puder para que isso aconteça.


M.I - Vocês planeiam vir a Portugal (Porto e Lisboa)?

Temos alguns planos, sim. Infelizmente, nada sobre o que eu possa falar ainda.


M.I - E, finalmente, alguma mensagem para os nossos leitores?

Obrigado por 20 anos, estamos felizes pelos nossos fãs permanecerem tão dedicados. Todas as noites vemos rostos familiares na plateia. Isso significa muito para nós. Continuaremos a fazer o que fazemos, se vocês também fizerem!

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Entrevista por Raquel Miranda