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Monolithe - “Okta Khora” Review


Este colectivo francês começou por produzir um funeral doom altamente atmosférico, bem equilibrado entre melodias espaciais e os riffs arrastadões que o género exige, tendo transitado nos últimos quatro anos para um death/doom experimental e bem progressivo, que muito difere dos seus primórdios.

Ao oitavo álbum, seguindo o que foi feito com o sétimo, a banda volta a reger o registo pela numeralogia: oito temas com oito minutos exactos de duração para cada um (contando com os dois temas repartidos em duas partes de quatro minutos). E, para quem possa pensar que limitar a duração de um tema a um limite definido ao segundo pode tornar estes aqui contidos demasiado extensos, ou cortados abruptamente, que se desengane, que os Monolithe construíram um álbum bastante diversificado e imersivo. Cada vez menos doom e cada vez mais progressivo, “Okta Khora” quer levar o ouvinte por paisagens alienígenas pintadas por riffs fortes e cheios de melodia, vocais poderosas quando no registo gutural, mas infelizmente não tão intensos quando melódicas; e uma grande palete de teclados que muitas vezes tendem a tombar para o lado mais orquestral. De todos estes, o palco pertence sem dúvida às guitarras e às estructuras hipnóticas que criam, tendo aqui um dos melhores exemplos em “Disrupted Firmament” já quase no fim do disco.

Longe vão os tempos dos álbuns lentos e com temas de 50 minutos (não deixando de ser uma visita obrigatória para qualquer fã de Funeral Doom), o mid tempo e a progressão são a ordem do dia para os Monolithe da actualidade, que teimam em querer surpreender o ouvinte álbum após album. Que venha o disco dos nove temas com nove minutos cada um a seguir!

Nota: 8/10

Review por Tiago Neves