About Me

Faustian Pact - "Outojen Tornien Varjoissa" Review


Formados em 2007 e originários da Finlândia, os Faustian Pact editam, pela Werewolf Records, o primeiro longa-duração (3 demos self-released foram editadas previamente). À partida podemos, ainda que nos possa sair o “tiro pela culatra”, saber aquilo que nos espera: a editora e o país de origem da banda dizem-me bastante do som que a mesma faz. E isso é mau ou bom? É bom e mau. A Finlândia é conhecida pela qualidade musical das suas bandas de Heavy Metal, a editora é outra questão a não ser tratada aqui, mas a verdade é que a mesma edita metal extremo de imensa qualidade… é daquelas chatices.

Black Metal melódico, com um inteligente recurso a samples, é o que este “Outojen Tornien Varjoissa” nos serve. O Black Metal, esse, é frio como o cenário natural do país de origem. Os apontamentos de sample remetem-nos directamente para uma qualquer história de fantasia com criaturas fantásticas! De imediato me senti em pleno assalto a um castelo, durante um nevão! Geladas e acutilantes, assim são as guitarras, embrenhadas na sua melodia! A bateria está bem presente, constantemente em modo de combate, por assim dizer! No geral a música tem aquele ADN nórdico da interação com o Folk e as suas sonoridades que, apesar de não estarem demasiadamente evidentes, dão um pouco da sua graça no modo como se entrelaçam com a guitarra e a bateria, sendo que os já referidos samples ajudam a intensificar essa ideia! 

As linhas de guitarras, já aqui referidas, são imensamente melodiosas. O álbum ganha força, em muito baseado no trabalho das guitarras: são riffs Black/Folk, mas conseguem criar momentos melódicos e catchy q.b. (heresia, Black Metal catchy!). Os coros femininos… SOBERBOS! Aquando da audição da primeira música fiquei com a ideia de Bal Sagoth (de certo modo, Black Metal com carga medieval/fantástica… é Bal Sagoth), mas com a continuação do álbum, vi que o mesmo tem muito mais (de guitarras acústicas aos já referidos coros femininos). As vocalizações são exactamente o que o som pede: não são demasiado fortes nem demasiado melódicas… estão no ponto. Mas que raio quer isso dizer, perguntais vós?! Ide ouvir, ora essa! Há coisas que as palavras simplesmente não conseguem descrever…

Desde o último trabalho de Vargrav que não ouvia algo que me fizesse sentir o mesmo que senti quando descobri Bal Sagoth, Limbonic Art ou até mesmo Mortiis! Exagero? Quiçá. Mas soam aos referidos? Sim e não, mas não têm que soar para me fazer sentir o mesmo… até porque encontro pontos de contacto. Estes serão sempre mais “gelados” que os britânicos, por exemplo, mas toda a “imagem mental” criada, ao som destes, não foge muito!

Ainda é muito cedo para apontar os melhores de 2020, obviamente, mas podemos começar a pôr de parte aqueles que não parecem merecedores de tal e estes Faustian Pact parecem-me capazes!

Nota: 9/10

Review por Daniel Pinheiro