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Insomnium - "Heart Like a Grave" Review


Depois da épica aventura de 40 minutos que foi "Winter’s Gate", os Insomnium voltam agora aos lançamentos ditos “normais” com "Heart Like a Grave". A eles junta-se agora Jani Liimatainen, o carismático ex-guitarrista dos Sonata Arctica, ficando ao dispor da banda 3 guitarristas, quais Iron Maiden do melodeath finlandês. Com isso, e tendo em conta o supracitado álbum, as expetativas para ouvir "Heart Like a Grave", sobem consideravelmente.

Porém, este acaba por se tornar uma experiência algo agridoce, diga-se. É que embora seja sempre agradável ouvir música nova destes gigantes do death metal melódico, a verdade é que começam finalmente a surgir alguns sinais de repetição e previsibilidade na forma de compor dos finlandeses, algo que a curto prazo poderá levar à saturação.

Daí que para apresentar, quase que dá vontade de dizer que "Heart Like a Grave" é a continuação daquilo que "Across the Dark" e "One For Sorrow" nos deram previamente. Ou seja, como referido anteriormente, um death metal bastante melódico, melancólico, tocado de forma bastante intensa e com grande foco na atmosfera. É curioso que embora nos dias de hoje as bandas que tocam este tipo de death metal sejam aos milhares, os Insomnium acabam sempre por conseguir distinguir-se das mesmas com um som diga-se, bastante carismático e próprio. E talvez seja essa a mesma razão para que "Heart Like a Grave", pese embora o que foi dito anteriormente, seja ainda assim um álbum de qualidade.

Facilmente se poderia realçar temas como "Mute is My Sorrow" ou "Twilight Trails", como estando num nível muito acima, fazendo uma simbiose perfeita entre melodia e complexidade, porém ao longo de "Heart Like a Grave" dificilmente se encontra um tema mais desinspirado. Até a brincadeira instrumental de "Karelia", a fechar o disco, acaba por soar bastante bem.

No fundo, "Heart Like a Grave" é mais uma boa experiência sonora, de uma banda que nos tem vindo a habituar muito mal. O futuro apenas dirá se as boas experiências não se tornam apenas déjà vus.

Nota: 8.4/10

Review por António Salazar Antunes