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Alkymist - "Sanctuary" Review


Os Alkymist de Copenhaga arrebitaram as orelhas de um bom número de apreciadores com o seu sludge/doom progressivo em 2018, no seu agreste e atmosférico álbum de estreia homónimo, o qual deixou os ouvintes na expectativa do que a banda poderia fazer no futuro. Esse “futuro” é agora e “Sanctuary” é a segunda dose de prog doom que estes dinamarqueses nos apresentam.

Este sucessor de 2020 mantém os mesmos elementos que caracterizaram o primeiro disco: o sludge reverberante e meio arrastado, que por vezes faz lembrar uns Down ou Crowbar, as melodias contemplativas e nocturnas, que têm uma função de interlúdio dentro dos temas, e a progressão dos riffs que leva os mesmos para níveis mais alucinados ou mais tenebrosos. Este álbum traz também alguns novos truques na manga, como um aumento geral no andamento das músicas, apesar de todas se manterem num mid-tempo a querer cair para o lento, como no álbum anterior; temas mais curtos, riffs menos cáusticos, o que pressupõe logo um aumento das melodias; e um maior aventura na parte progressiva da música. Pode até parecer muita coisa, mas a forma como os Alkymist conseguiram consolidar as novas ideias com a sonoridade que apresentaram no passado é de facto coesa, basta pegar em temas do disco de estreia como “Djinn” e “Myling” e colocá-los ao lado de novos temas como “The Dead” e “Draugr”, para notar que os dois primeiros são muito mais “doomy” e abrasivos, mas que o segundo grupo é muito mais rápido e diverso em termos de texturas.

Pode-se dizer que os Alkymist perderam peso em favor de diversidade, isso não quer dizer que “Sanctuary” seja melhor que “Alkymist” de 2018, mas sim que a banda evoluiu favoravelmente e deu um forte passo em frente.

Nota: 8/10

Review por Tiago Neves