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Elder - “Omens” Review


Três anos após o tão aclamado “Reflections of a Floating World”, os Elder regressam com este “Omens”, que cimenta uma sonoridade que a banda tem vindo a aperfeiçoar já desde os tempos de “Lore”, de 2015. Experimentando outros campos, sem medo de arriscar ou de dar um passo atrás, tal como fez com o EP “The Gold & Silver Sessions”, lançado no passado ano, eles parecem ter finalmente encontrado o que procuravam.

Neste “Omens”, como referimos, a banda parece ter encontrado o que buscava. A semelhança com o anterior trabalho prova-o, no entanto, não estamos a falar de uma cópia descarada desse álbum. Este novo disco traz-nos uns Elder inspirados, onde predomina a criatividade destes músicos que se movem dentro do género rock psicadélico progressivo, atmosférico quanto baste. Progressivo parece ser mesmo a palavra chave e o tal pote de ouro que a banda tem perseguido. Temas como “Embers” (single de avanço para este álbum), fazem-nos recordar aqui e ali os próprios “Yes”, sem que, no entanto, aquele traço característico que encontramos nos seus anteriores registos se tenha perdido. As raízes stoner ainda estão lá, porém mais escondidas.

“Omens” é composto por cinco temas, todos eles longos, sempre a rondar os dez minutos, como é apanágio desta banda. Aquele som mais cru com que em tempos se identificavam desapareceu quase por completo. Agora, temos temas cristalinos onde impera a melodia, muito talvez por culpa dos novos elementos que chegaram aos Elder: Michael Risberg na guitarra; Georg Edert na bateria e sobretudo, como convidado especial, Fabio Cuomo, responsável pelos sintetizadores e pianos ouvidos neste trabalho.

Mais um álbum conceptual, o que parece estar na moda, onde o tema central parece ser o mundo em que vivemos e a sua sustentabilidade, nada de original se encontra aqui, portanto. Em forma de critica, é apontado o dedo à própria civilização, pronta a sacrificar o ambiente em seu benefício. As músicas, no entanto, têm a capacidade de nos fazer viajar e é isso que se pretende quando se houve boa música.

O álbum foi gravado em França, tendo como engenheiro de som Peter Deimel, que já trabalhou com os dEUS e o seu lançamento ocorreu no passado dia vinte e quatro de Abril. Os Elder tinham já uma série de concertos agendados para os meses de Maio e Junho, mas, pelo motivo que todos nós sabemos, tiveram de ser desmarcados.

Nota: 8.7/10

Review por António Rodrigues