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U.D.O. - “We Are One” Review


Costuma-se dizer que parar é morrer, mas se há algo de que não pudemos acusar este senhor é de inatividade. Udo Dirkschneider, aquele mesmo que deixou muitas saudades aos fãs dos Accept, está de volta para mais um trabalho de originais, desta vez com a companhia de uma orquestra, mais propriamente a Musikkorps der Bundeswher, que se pode e deve traduzir como sendo a orquestra das Forças Armadas alemãs e que é conduzida pelo Tenente Coronel Christoph Scheibling.

Entre as dezenas de lançamentos de U.D.O., onde se encontram vários álbuns de originais e ao vivo, EP´s e splits, podemos afirmar com alguma segurança que a qualidade das composições destes trabalhos nunca atingiram o sucesso dos hinos que os Accept têm no seu historial. De qualquer forma, existia qualidade nos temas de U.D.O. e alguns álbuns conseguiram mesmo surpreender, obtendo alguma notoriedade, tais como “Man and Machine” e “Mastercutor” que está por estes dias a fazer 14 anos. Este último registo, intitulado “We Are One”, também nos traz bons temas, desta vez orquestrados. Sim, também chegou a vez de os U.D.O. gravarem um álbum orquestrado, e porque não? Esta parceria já se tinha estreado no festival Wacken de 2015, portanto, não é propriamente uma surpresa.

O álbum em si tem cerca de quinze temas de puro Hard Rock, compostos por Udo e a sua banda, mas também neste campo houve um dedinho de Christoph Scheibling e de alguns músicos da Musikkorps. O nome do álbum apela à unidade e ela verificou-se também no trabalho de composição. Os temas abordam questões ambientais, conflitos armados e mostram-nos as preocupações dos músicos sobre estes assuntos em todos eles. De tal forma que podemos afirmar que estamos perante um álbum conceptual, que se foca na preocupação em conservar o nosso planeta, pensando no dia de amanhã e sobretudo nas gerações futuras. Neste trabalho encontramos alguns temas instrumentais e também alguns duetos, onde à tão característica voz de Udo Dirkscheneider se juntam vozes femininas e também coros.

Para que não restem dúvidas, resta-me esclarecer que “We Are One” não é um álbum ao vivo, semelhante àqueles que tantas bandas fazem, juntando à sua música uma orquestra, para dessa forma interpretarem temas antigos, dando-lhes uma nova roupagem. Este é um álbum de estúdio, com músicas originais gravadas para soarem precisamente desta forma, orquestradas.

Todos aqueles que admiram a voz deste senhor, não vão ficar decepcionados com a qualidade destes temas. As guitarras estão lá, assim como uma bateria forte. Terão somente de aguardar pelo dia 17 de julho, data do seu lançamento.

Nota: 8.3/10

Review por António Rodrigues