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Myth of I - “Myth of I” Review


Agradável surpresa, este álbum de estreia desta banda de Boston. Com cerca de sete anos de existência, os Myth of I lançaram finalmente, no passado dia dez de Abril, este trabalho homónimo que sucede ao EP “S.T.E.M.”, gravado originalmente em 2015, regravado posteriormente em 2017.

Composto por cerca de onze temas instrumentais, a criatividade da banda fica bem evidenciada ao longo de todos eles. As músicas são todas elas boas composições e enquadram-se dentro daquilo que é o metal progressivo. Segundo eles próprios, para que a sua sonoridade atingisse este patamar, muito contribuiu a versatilidade dos músicos que compõe os Myth of I. Death metal, groove, post metal e mesmo jazz, são estilos que não são de todo estranhos aos elementos desta jovem banda e o facto de terem prescindido de vocais pode parecer uma jogada arriscada, mas resultou bem, tornando-se a sua “imagem de marca”.

Os únicos resistentes da formação original são os guitarristas Jennings Smith e Tyler Fritzel, a quem se deve a responsabilidade da composição dos temas. Com uma sonoridade límpida, atmosférica, que por vezes até se torna relaxante (no primeiro tema “Pandora”, até podemos escutar o som de pássaros), os Myth of I inspiraram-se em músicas de várias partes do planeta durante o seu processo de composição, o que contribuiu fortemente para a beleza dos temas. Todos os instrumentos se encontram bem definidos e percebe-se perfeitamente a sua contribuição.

Com este trabalho, os Myth of I oferecem-nos uma viagem através da sua música. Temas que só se conseguem quando existe uma grande paixão pelo que se faz, o que parece ser o caso. “Panzer” termina de forma ligeiramente mais agressiva esta jornada de quarenta e nove minutos. 

Este álbum de estreia foi lançado apenas agora propositadamente. As ideias foram amadurecendo naturalmente e só recentemente os Myth of I entenderam ser a altura apropriada para realizarem a gravação deste disco. O resultado é na verdade muito bom e vai com certeza agradar aos fãs do género. Uma banda a ter em atenção, não só por todos eles mostrarem ser bons executantes, o que não é de estranhar neste género de música, mas principalmente pela qualidade das suas composições.

Nota: 8.8/10

Review por António Rodrigues