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Entrevista aos Arrayan Path


Outra banda que vem de uma ilha. Desta vez do Chipre. A influência grega e a sua mitologia são bastante evidentes neste álbum. “The Marble Gates To Apeiron” foi lançado no dia 27 de novembro, pela Pitch Black Records. Os Arrayan Path falaram gentilmente connosco sobre este álbum e explicaram-nos porque é que decidiram dividi-lo em três partes. 

M.I. - Olá, rapazes. Obrigada por me receberem e falarem sobre este álbum épico e um pouco sobre vocês. Como é que vocês estão? O que é que vocês têm feito?

Olá, Raquel! Estamos a fazer basicamente o que resto do mundo está a fazer: a tentar proteger-nos a nós mesmos e aos outros, nada musical está a decorrer infelizmente, exceto a promoção do nosso novo álbum.


M.I. - Vocês vêm de Chipre, uma ilha no Mediterrâneo Oriental. A influência grega é muito importante e é uma das línguas oficiais. E não esqueçamos a mitologia. Apeiron é uma palavra grega antiga, que significa “sem limites”, “infinito”, “fronteira”. Vocês são fascinados pelos antigos filósofos e as suas ideologias?

Sim, claro! As nossas influências, tanto lírica como musicalmente, vêm diretamente da nossa mitologia e folclore. Devo dizer que 60 ou 70 por cento das nossas letras, ou descrevem normalmente factos históricos ou contos mitológicos. Mas fizemos outros álbuns e músicas que se relacionam com outras mitologias também. Eu, pessoalmente, adoro as mitologias egípcia, assíria, hindu e romana.


M.I. - “The Marble Gates To Apeiron” tem um tema central, que diz respeito à natureza humana, que se desenvolveu através dos tempos e a sua reação à vida, morte, religião e uma pandemia, entre outras coisas. Porquê estes temas e não outros? Porquê é que acham a natureza humana tão intrigante, de forma a escreverem um álbum sobre isso?

Talvez porque tenha perdido a minha fé na humanidade, e tenho constantemente estas questões na minha cabeça, se os humanos têm sido os mesmos até agora, ou se as coisas eram melhores no passado. Todos temos uma avó ou um avô, que nos dizem que as pessoas eram mais amistosas e hospitaleiras no passado. Isso desencadeou uma busca pessoal mais intensa, para tentar imaginar a natureza humana ao longo dos tempos para todos os tipos de acontecimentos e eventos.


M.I. - O álbum está dividido em três partes e cada parte representa essa mesma parte: O Passado, O Presente e O Futuro. Porquê? Alguma simbologia, referente aos nossos tempos?

Não necessariamente. Baseado no que descrevi anteriormente e na natureza diacrónica da humanidade, indica reação humana no passado e no presente, mas como será o futuro.


M.I. - Como foi o processo musical para este álbum? Fizeram algumas mudanças entre “Archegonoi” e este?

Sim! Quer dizer, é obvio que aumentámos os tempos e fizemos um álbum mais curto. Adoro o “Archegonoi”, é um dos meus álbuns favoritos mas, ao mesmo tempo, compreendo que foi de difícil consumo, devido à sua complexidade.


M.I. - Quem ou qual foi a principal inspiração para as letras e música? Um livro, talvez?

No que diz respeito às letras, acho que a variedade dos temas é tão grande que, posso afirmar com segurança, que qualquer coisa que pudéssemos ler ou ver, tornar-se-ia inspiração para as letras. Além disso, é claro, a nossa mitologia. No que diz respeito à música, acho que é mais Power Metal; por exemplo., Helloween, Stratovarius, Kamelot, Symphony X, mas a base das nossas influências, que são os Iron Maiden.


M.I. - Tudo neste álbum era material novo ou vocês tinham sobras de material de álbuns anteriores?

Nós não tínhamos sobras de material, mas revisitamos ideias antigas, talvez um refrão, uma linha vocal, etc. Os nossos álbuns são sempre uma mistura de novas e velhas ideias. Mas dificilmente são canções. Só ideias aqui e ali.


M.I. - A capa é o coração e alma do álbum e os fãs podem ouvir através dos olhos. Um artista deve ser capaz de fazer isso e ajudar a banda/músico a conquistar essa batalha. Giannis Nakos fez isso. Importas-te de o apresentar e dizer como o conheceste, por favor?

Sim! O Giannis Nakos é um artista em ascensão em design de arte gráfica. Ele possui a Remedy Artwork Designs, e é muito cooperativo. É também um tipo excelente! Ele normalmente gosta que a banda partilhe com ele a ideia principal, mas quer liberdade para criar alguma coisa, sem diretrizes exaustivas.


M.I. - Vocês têm uma longa colaboração profissional com a vossa editora, Pitch Black Records. Qual é o vosso segredo? O que é que bandas e editoras querem uns dos outros?

Precisam de entender as necessidades uns dos outros, mas também as limitações. Acho que este é o segredo. E acho que estamos felizes, por causa da confiança e trabalho feito pela nossa editora, mas também acho que fazemos boas vendas, de forma a que tenham lucro. 


M.I. - O Nicholas também é o vocalista dos Warlord. Algumas novidades sobre um possível lançamento?

Nenhuma novidade sobre os Warlord, infelizmente. A banda está em hiato até novo aviso.


M.I. - Li, na vossa página do Facebook, que estão prontos para uma tournée, o mais breve possível. Têm falado com algum promotor sobre datas e países? Portugal talvez?

De momento as tournées não são permitidas no mundo inteiro, portanto, estamos à espera para ver quando as coisas vão mudar. Não temos falado com nenhum promotor, mas adoraríamos tocar em Portugal. Se souberes de alguns promotores que gostassem de agendar a banda, adoraríamos ir até aí!


M.I. - Visto que o Chipre é uma ilha pequena, quão grande é a cena Metal aí?

É muito pequena, só algumas bandas ativas, e quando digo ativas, quero dizer a gravar e a andar em tournée, etc. Mas temos dado grandes passos nos últimos 10 anos.


M.I. - Muito obrigada pela entrevista. Algumas palavras finais para os nossos leitores?

Esperamos que deem uma vista de olhos à nossa discografia, no geral, e esperamos ganhar alguns novos fãs em Portugal. Obrigado pela entrevista!

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Entrevista por Raquel Miranda