Dando continuidade ao excelente trabalho realizado com o álbum de estreia, lançado no início de 2020, os VËLLA regressam neste ano de 2022 com uma proposta igualmente interessante. Ou serão duas?
Coma, pode ter surpreendido os mais distraídos aquando do seu lançamento. Contra si teve o facto de ter “visto a luz do dia” na pior altura possível, devido ao que estava a ocorrer um pouco por todo o mundo. Dois anos e uma pandemia depois, surge então este Entity vol.1, que, como está fácil de ver, é apenas a primeira parte de algo mais que estará para vir. Composto por cinco temas, estas são as músicas que os VËLLA entendem ter condições para ser agora lançadas, perante tudo que se passa ao nosso redor.
Cinco temas, então, cada qual com a sua entidade, ou estado de alma, talvez, a que a banda atribuiu os seguintes nomes: “Of Excess”; “Of Fate”; “Of Lament”; “Of Savagery” e “Of Rebirth”. Todos eles muito bons, com a mistura de géneros que é habitual nas suas composições e uma alternância entre vozes limpas e guturais. Se tivéssemos que arriscar um primeiro single, teríamos muita dificuldade em fazê-lo. A fórmula de colocar “separadores”, pequenos temas com mais ou menos um minuto, usados em Coma, também foi posta de parte neste novo trabalho. Tudo muito mais direto agora.
Este primeiro volume de Entity encerra com um tema que conta com a participação de Lucas Bishop, que muitos conhecerão por ser o vocalista dos Downfall of Mankind. Todos os temas foram produzidos por Caesar Craveiro, baixista da banda, que fez um ótimo trabalho. O artwork está fantástico, também aí eles acertaram.
O que de negativo encontramos neste novo trabalho? Apenas a curta duração do mesmo. Os seus cinco temas, que ocupam pouco mais de 21 minutos, categorizam-no claramente como um E.P., o que poderá não ser bem compreendido por alguns, principalmente sabendo que o segundo volume será lançado ainda no decorrer de 2022. Convém, no entanto, lembrar que por vezes os melhores perfumes vêm nos frascos mais pequenos e eu gosto do “aroma” deste Entity.
Nota: 8,2/10
Review por António Rodrigues
