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Reportagem: Downfall Of Mankind, Hochiminh, Horus e Unexist @ Pátio do Sol, Barcarena – 15.06.2022


Este era um daqueles concertos que prometia não deixar pedra sobre pedra. Inserido na Divine Slaughter Tour, que os Downfall of Mankind estão a levar a cabo e que visa promover o seu recente álbum, Vile Birth, o espetáculo desta noite contava ainda com os estreantes Unexist, os Hórus e ainda os HochiminH. Uma noite de peso, sem dúvida alguma, dedicada ao metalcore e deathcore nacionais.

Foi com algum atraso que se deu a estreia em espetáculos ao vivo dos Unexist. Eram 22h40 quando o seu som brutal começou a ser debitado pelo sistema sonoro do Pátio do Sol, para contentamento de um público em número significativo que parecia aguardar este momento com alguma ansiedade. Foram 25 minutos de atuação bem conseguida. Tempo suficiente para a interpretação de 5 temas que pareceram convencer quem assistiu. Entrega total dos 5 elementos, com destaque para Jair, autêntica máquina ao comando da bateria. Alguma curiosidade sobre os senhores que se seguiram. 

Os Hórus têm-se revelado um projeto interessante, onde se encontram ex-membros de Invoke e dos Revenge of the Fallen. Este foi apenas o segundo concerto da sua curta carreira, que pretendia mostrar a todos os presentes, temas do seu álbum de estreia: Broken Bounds. De salientar Martim Pinto, excelente vocalista que surpreendeu todos com a sua atitude em palco, e também entre o público, sítio para onde se deslocava amiúde. Temas muito curiosos os interpretados nesta noite, onde se percebe uma mistura de géneros musicais, sem nunca perder aquele groove que parece ser a identidade da banda. “The Path” foi interpretada com Eduarda Soeiro, dos Glasya, que veio enriquecer ainda mais a atuação dos Hórus.

Os HochiminH são daquelas bandas nacionais que dispensam apresentações. Já conquistaram o seu público, têm o seu lugar dentro do panorama nacional e são a garantia de um bom espetáculo. Mas antes da sua atuação houve um momento que deve ser salientado: logo após o concerto dos Hórus, ainda com todos os elementos em palco, Skatro foi chamado para que lhe fossem cantados os parabéns pelo seu recente aniversário. Com direito a bolo, inclusive. 
Muito público a cantar os temas dos HochiminH, sinal inequívoco de que muitos se encontravam ali presentes, precisamente por sua causa. Skatro também contribuía para que assim fosse. Sempre a brincar com o público, lá lhes ia pedindo que cantassem com ele os temas que interpretaram. “Ashes”, “Crawling”, foram exemplo disso mesmo e sobretudo “Enjoy the Silence”, dos Depeche Mode. Esta era uma noite com algumas surpresas e a banda de Beja também tinha as suas. Primeiro convidou Mafalda Hortas a subir ao palco para cantar “This is Hell” e seguidamente Lucas Bishop, para ajudar no tema “Way of Retain”. A atuação encerrou com a música “Alive”, onde todos os presentes puderam gritar bem alto: go fuck yourself, I´ll be alive… neste concerto que marcou a estreia de Ricardo Oliveira na bateria.

A noite já ia longa quando os Downfall of Mankind começaram a tocar. Muitos samples e uma sonoridade bastante pesada que marcou a sua atuação, do princípio ao fim. Muito público à espera deles, isso foi perfeitamente visível por aqueles que se encontravam mais perto do palco e que deram origem ao moshpit, que esteve ativo ao longo de uma hora. Algumas alterações na formação, mas com Lucas a mostrar-se um frontman com muita qualidade, incansável a puxar pelo público, a não permitir momentos mortos. Os temas do novíssimo Vile Birth foram sendo debitados, como “Divine Slaughter” ou o próprio tema que dá nome ao álbum. Claúdio, a recuperar de uma lesão, ainda substituiu Sérgio Páscoa no baixo no tema “They Shall Pay”. Sempre tudo muito afinado, com uma sonoridade muito preenchida, comunhão a existir entre a banda e o público, tudo isto contribuiu para que o final do concerto parecesse estar a aproximar-se demasiado depressa. “Beneath the Aftermath” encerrou esta noite de música com todo o publico bem perto do palco, a pedido de Lucas. Puro ambiente de festa.

Texto por António Rodrigues
Fotografia por Sabena Costa
Agradecimentos: HochiminH