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Cadaver - "The Age of the Offended" Review




Há certas bandas que estão na minha lista de desejos faz muito tempo, no caso destes noruegueses, procuro uma edição em bom estado e a bom preço (obviamente) do álbum …In Pains de 1992. A minha vontade tem esbarrado sempre na especulação praticada com a conivência de sites com o Discogs, que permitem a prática de preços completamente absurdos, para um álbum. Não quero que me interpretem mal, eu também gosto de vender algo com algum lucro, como qualquer dos comuns mortais, mas se um CD normal custa 17€ não é necessário cobrar 40€, 50€ ao mais por um determinado artigo, seja o mesmo raro ou não. Estou interessado em comprar discos para a minha satisfação pessoal, porque gosto e sou colecionador, não em pagar o curso universitário de ninguém, ou contribuir para a escalada disparatada dos preços do mercado secundário.

Mas voltando à música, pois é isso que interessa, este é o sexto álbum de estúdio da banda, se contarmos com o trabalho editado por Cadaver Inc.. O primeiro trabalho destes senhores, Hallucinating Anxiety, de 1990, é considerado como o primeiro álbum de death metal norueguês, embora este escriba não tenha conseguido comprovar esse facto, o mesmo não deixa de ser interessante, num país que acima de tudo é conhecido pelo black metal. 

Numa história de banda no mínimo rocambolesca, a edição dos primeiros dois álbuns em 1990 e 1992, primeiro interregno, a renomeação como Cadaver Inc. apenas com 1 trabalho editado em 2001 e o regresso como Cadaver em 2004, para mais um interregno até voltarem ao ativo em 2020, a única constante tem sido o baixista Eilert Solstad. E acredito que esta seja uma das razões que contribui para a falta de mais reconhecimento da banda.

Isto tudo traz-nos ao presente e a este o mais recente trabalho que nos presenteia com um death black metal com ritmos diabólicos, riffs maquiavélicos interpolados com passagens melódicas, para tornar as músicas mais dinâmicas. No capítulo das letras as mesmas não estão à altura da música, mas são cantados com tanta intensidade que quase tornam este aspeto redundante na análise geral do trabalho. No entanto acho que uma banda deste gabarito já deveria ter letras muito melhores do que as apresentadas neste trabalho, mas isso é apenas uma quezília da minha parte. 

Em termos de produção é um trabalho bem gravado, com os instrumentos todos bem definidos e equilibrados na mistura do disco, com um destaque especial para a presença de Dirk Verbeuren na bateria, o mais recente membro da Metal Militia (Phantom Lord não encaixava bem) de Dave Mustaine nos Megadeth. E este músico mostra ter uma capacidade de adaptação fora de série ao material que lhe apresentam, seja no death metal melódico dos Soilwork, passando pelo thrash metal dos Megadeth e acabando nos ritmos insanos que cria neste trabalho.

Nota: 7/10

Review por Nuno Babo