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Amorphis - "The Beginning Of Times" Review

Existem bandas que após lançarem álbuns de referência no panorama metálico e granjeiam de alguma notoriedade e sucesso, o que lançam no mercado após esses “15 minutos de fama” é inferior ao que tinham lançado antes. O caso dos Amorphis é um deles. Depois do sucesso dos discos “Tales from the Thousand Lakes” e “Elegy” que colocaram estes finlandeses no mapa do metal, com a sua mistura muito própria de death metal melódico e influências nórdicas, a atenção dada pelo publico à banda começou a diminuir, pois os três lançamentos seguintes (“Tuonela” de 1999, “Am Universe” de 2001 e “Far from the Sun” de 2003), embora bastantes bons, eram significativamente diferentes do seu passado, passado agora a banda a oferecer um heavy metal, que apesar de interessante, não era muito entusiasmante, fazendo com que a banda fosse um pouco esquecida, sendo que a saída em 2005 do vocalista Pasi "Ruoja" Koskinen aumentou ainda mais a incerteza vivida na banda.

Decididos a recuperar o tempo perdido e a alcançar novamente a atenção do publico, os Amorphis recrutam um até então desconhecido Tomi Joutsen para o posto de vocalista e, qual injecção de adrenalina, a banda começou novamente a ter mais atenção. Não se sabe se pela entrada do novo vocalista (com um registo vocal bastante diferente de Koskinen, mais abrangente e melódico), os três discos seguintes são simplesmente fantásticos. “Eclipse” de 2006 e “Silent Waters” de 2007 são um portento de melodia e energia e o fantástico “Skyforger” de 2009, o disco que colocou definitavemente os Amorphis na rota do sucesso.

Este novo disco “The Beginning of Times” começa exactamente onde o anterior tinha terminado, sendo quase que como um “Skyforcer” parte 2. O que bem vistas as coisas não é mau, mas... ficamos com aquela sensação que, talvez deveria ter esperado mais um pouco para lançarem outro disco em vez de terem optado pela fórmula estúdio-concertos-estúdio.

Em “The Beginning of Times”, os Amorphis voltam a lançar treze novos temas de metal melódico, com musicas bem construídas e executadas, com a parte vocal novamente em destaque (Tomi Joutsen é sem dúvida um vocalista de excelência). A diferença para o disco anterior (que não são muitas) é um pequeno incremento de peso na musica da banda, tornando algumas partes do disco bem pesadas, mas nunca perdendo o sentido melódico das mesmas.

A entrada do disco com “Battle for Light” e “Mermaid” deixam o ouvinte em suspenso, tal a força dos temas, mas quando continuamos a ouvir o disco ficamos com aquela sensação de que já ouvimos algo semelhante dos Amorphis. Atenção, são grandes malhas, mas quando chegamos ao final do disco, a nossa mente fica vazia, faltando aquele “click” de temas que ficam colados ao cérebro, algo que acontecia no anterior disco. Tirando dois ou três temas (“My Enemy”, “You I Need” e “Escape”), tudo o resto é em tudo ou nada muito igual a “Skyforger”.

“The Beginning of Times” é um bom disco, sem dúvida, e ficará na história como mais um bom lançamento dos Amorphis. Mas existem alturas em que se deve parar um pouco, amadurecer mais as ideias em vez de se fecharem novamente num estúdio a compor um álbum. Este é um dos casos, um bom disco, mas não “aquele” disco.

Nota: 8/10


“The Beginning of Times” track list:

01. Battle for Light
02. Mermaid
03. My Enemy
04. You I Need
05. Song of the Sage
06. Three Words
07. Reformation
08. Soothsayer
09. On a Stranded Shore
10. Escape
11. Crack in a Stone
12. Beginning of Time
13. Heart's Song

Review por João Nascimento