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Hammerfall - "Infected" Review



Quando não se espera muito mais do que “zero” de um disco, ficamos a salvo de uma dissabor, e até podemos ter uma surpresa. Sobre os Hammerfall estou à vontade para falar pois conheço toda a sua discografia, tudo o que fizeram de bom e tudo o que fizeram porque sim. Depois dos tempos gloriosos dos primeiros lançamentos, com particular ênfase para a estreia em «Glory To The Brave», a banda estagnou e progressivamente a inspiração foi-se reduzindo. Se lhes quisermos dar nova oportunidade, sem preconceitos, o novo «Infected», apesar de soar a estranho (começando logo no artwork), reabilita ligeiramente os suecos e devolve aos fãs parte do prazer que, outrora, tiveram em ouvi-los.

Várias têm sido as mudanças no seio da banda, o que ajudou à perda de chama e brio, mas o líder e carismático vocalista Joaqim Cans afirmou que este álbum teria tudo o que os fãs gostam e, não sendo bem assim, a verdade é que em muitos momentos temos os Hammerfall, do aço, de volta. A convicção nos riffs, a vívida bateria, a dinâmica de Cans, e os refrões melódicos, estão agora reduzidos a metade mas o suficiente para emprestarem a «Infected» alguns temas interessantes apesar da simplicidade e pouca disposição para irem mais longe. O problema é que a maioria, em algum momento, apresenta algo que não cai bem, cortando as memórias que a música vinha proporcionando. Outro aspecto importante nos bons Hammerfall eram os solos que se moldavam na perfeição aos temas e transpiravam alma. Finalmente voltam a produzir solos à Heavy Metal, de qualidade, com duração e destreza dignas.

Quando colocamos o disco a rodar, e após um inicio que mais parece dentro do Industrial/Electro, somos apresentados ao riff musculado de “Patient Zero”, que tem peso mas pouco mais. Segue-se “B.H.Y”, um unir das tropas, cujo riff principal é inspirado, para não dizer mais, em “Let The Hammer Fall”. Esta é uma das que experimenta uma envergonhada aproximação ao antes, bem como a “One More Time”, onde estas três palavras arruínam aquele refrão tão cativante, e as mais rápidas e cavalgantes “The Outlaw” e “Dia De Los Muertos”. À confiança, o novo álbum dos Hammerfall tem faixas que valem a pena ouvir, outras nem tanto, mas disso já todos sabíamos. É um álbum tremido mas agradável, e que não infecta fatalmente.

Nota: 7/10
"Infected" track list:

01. Patient Zero
02. Bang Your Head
03. One More Time
04. The Outlaw
05. Send Me A Sign
06. Dia De Los Muertos
07. I Refuse
08. 666 - The Enemy Within
09. Immortalized
10. Let's Get It On
11. Redemption

Review por Carlos Fonte