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Entrevista a ICS Vortex


ICS Vortex é um nome que dispensa apresentações, não só pelos quase dois metros de altura do homem em questão, Simen Hestnaes, mas também por todos os seus feitos no mundo do metal… Este Noruguês que integrou e, em alguns casos, ainda integra, grandes nomes da música, tais como Arcturus, Borknagar, Dimmu Borgir, está de volta a solo, mas rodeado de grandes amigos. “Storm Seeker” é o seu album de estreia e provará que a polémica saída dos Dimmu Borgir, por falta de profissionalismo, já foi esquecida. O seu nome constará nos anais do metal para todo o sempre e ele não se deixará derrotar facilmente. A Metal Imperium esteve à conversa com o sempre bem-disposto ICS Vortex.

M.I. – Deixa-me começar por dizer que sou uma grande fã tua e sempre apreciei o trabalho que fizeste com as bandas com as quais estiveste envolvido. Já alguma vez viste videos de homenagem a ICS Vortex na internet? Como te sentes sabendo que és um modelo para muito pessoal?

Obrigado! Eu não penso em mim como um modelo, não é algo que ambicione. E penso que os miúdos de hoje são suficientemente inteligentes para seguirem o seu próprio caminho. Os videos de homenagem são uma grande honra e são divertidos de ver.


M.I. – Porque é que decidiste lançar um álbum sob o nome ICS Vortex?

ICS Vortex foi escolhido pelo valor que tem e porque me pareceu natural. Tem sido o meu pseudónimo desde 98 e confesso que me afeiçoei a ele.


M.I. – Sentiste-te pressionado para fazer um grande álbum por causa da qualidade das bandas de que tens feito parte? Acreditas que “Storm Seeker” conseguirá atingir essa reputação? É um peso nos teus ombros?

Quando estou a escrever música, nunca senti pressão de ninguém, só mesmo do meu ego. Quando tudo está gravado e preparado é que as dúvidas começam a afectar-me. De repente, o meu “bebé” tem vida própria e as pessoas têm expectativas diferentes e algumas ficarão desapontadas. Mas o metal que eu conheço é mesmo assim. Claro que quero que a minha cena seja venerada, todos os músicos querem, especialmente os que não o admitem.


M.I. – O álbum tem um total de 45 minutos e inclui 11 faixas. O tema “The Blackmobile” já está online e eu considero-o espectacular. A voz é facilmente identificável. Como é que tem sido a reacção do pessoal? Porque escolheste esta faixa para ser a primeira a estar disponível?

Obrigado! Eu acho que “The Blackmobile” tem muita energia e portanto funciona bem como teaser. É um tema romântico de black metal muito directo. A resposta tem sido o que eu poderia desejar. Estou super contente!


M.I.- Pelo que li online “The Blackmobile” foi escrita quando ainda achavas que o black metal era perigoso. É uma homenagem à única besta que alguma vez amaste. As letras e música do álbum são todas da tua responsabilidade? Qual é o assunto principal abordado nas letras?

As letras do álbum abordam diferentes assuntos, mas eu estabeleci uma certa ligação ao adicionar uma tema marítimo às metáforas. As minhas letras baseiam-se na experiência pessoal e a inspiração surge no que me rodeia. Eu escrevi e arranjei todo o material de “Storm Seeker”. “The Blackmobile” era para ter voz sinistra e foi escrita há muito tempo. Esqueci-me dela durante uns anos e depois reencontrei-a num minidisk. Adicionei vozes limpas e o resultado ficou completamente diferente da ideia original.


M.I.- “Storm Seeker” conta com a participação de Asgeir Mickelson (Borknagar) na bateria e Terje “Cyrus Andersen (Susperia, Dimmu Borgir) na guitarra. E agora formaste um super grupo ao adicionar Jens Ryland (Borknagar) na outra guitarra e Steinar “Azarak” Gundersen (Spiral Architect, Satyricon, Sarke) no baixo. As expectativas estão muito altas, não estão?

As expectativas estão altas, o que é muito bom. Contudo, eu não tenho nenhuma expectativa de sucesso. Começar do nada no mundo da música é, no mínimo, muito arriscado. Nos últimos anos, vi muitos super grupos não se safarem. Independentemente do que possa acontecer, eu continuarei a escrever e a gravar sob o nome ICS Vortex.


M.I.- Uma vez referiste que Storm Seeker é uma mistura de Stoner rock com Black metal, anos 70, Pagão e raízes alternativas produzidas ao estilo Noruguês. Consideras que os fãs de metal estão preparados para um álbum assim?

Eu sei que o metal é um estilo conservador. Nunca sabemos o que se pode esperar mas segui o meu coração e penso que o álbum está fantástico.


M.I.- O album, gravado no Toproom Studio com o engenheiro de som Børge Finstad e misturado por Peter in de Betou no Tailor Maid Studio (Arch Enemy, Dimmu Borgir, Dark Tranquillity), será lançado pela Century Media. Porquê esta editora? Foi a melhor oferta? Foi fácil assinar contrato?

Hoje em dia, assinar um contrato é tudo menos fácil, especialmente se não queres que a editora te trame. Falei com muitos músicos e há muitas guerras entre bandas e editoras. No entanto, na Century Media recebemos exactamente o que ficou estipulado no contrato. Sei que é assim porque funcionou assim com os Borknagar e já várias bandas confirmaram o mesmo. A Century Media é uma boa editora que continua em alta, o que diz muito pois as vendas de CD baixaram a nível mundial. Acho que é uma editora que aposta no futuro e a equipa tem sido incansável, é óptimo trabalhar com eles. E claro, eu também consegui um contrato muito fixe! [risos]


M.I.- Quem é o artista responsável pela excelente capa? O título “Storm Seeker” define o modo como vives a tua vida… sempre à procura de perigo e adrenalina?

Eu e o Asgeir Mickelson fizemos a capa. Asgeir é o desenhador e também desenhou o logo e o layout. O álbum é o reflexo de algumas das incertezas do homem, é um apelo à sobrevivência, mas também uma homenagem aos que se perderam na tempestade.
O meu mar é calmo mas Cthulhu encontra-se constantemente nas profundezas… a um telefonema de distância. Uma telefonema do Black-mobile… [risos]! Eu não o atendo…


M.I.- Há alguma tournée ou concertos previstos para a promoção de “Storm Seeker”?

Há algumas propostas mas nada está confirmado. Mas haverá concertos, com certeza.


M.I.- Estás de volta aos Borknagar que foram anunciados como cabeças de cartaz para o Inferno 2012 com dois vocalistas em palco, tu e o Vintersorg. Acredito que será um espectáculo fenomenal. Estando envolvido em tantas bandas e projectos, como é que geres o tempo?

Arcturus também actuará no festival Inferno 2012. Vai ser muito trabalho mas valerá a pena!


M.I.- Para concluir, partilha algumas palavras com os teus fãs…

Quero agradecer-vos pelo apoio e aguardo visitas em www.icsvortex.com




Entrevista por Sónia Fonseca