Este é um dos álbuns mais ansiados da carreira dos Dream Theater. Ansiados pelos fãs e pela crítica por um motivo único. É o álbum que é marcado pela ausência de Mike Portnoy, baterista (e um dos pilares) da banda pela primeira vez desde o início da sua história. Portnoy foi uma força motriz na banda durante toda a sua história, o estratega. A questão que se levantou na cabeça de todos, assim que se soube da sua saída da banda foi: “E agora…? O que virá agora?”Todos esperavam ou algo muito bom ou algo muito mau. Provavelmente, muitos perderam a fé no resultado deste primeiro trabalho sem Portnoy, já que a banda, quer se queira ou não, ficou órfã – não pondo em causa a qualidade de Mangini que deve ter aceitado uma das missões mais difíceis da sua carreira. À primeira audição, a conclusão que se chega é que tenha ficado um pouco aquém de quaisquer expectativas, já que apesar de ser um álbum muito sólido, não tem nenhum daquelas faixas que sobressaiam logo. É um engano dizer que é um mau álbum e é fácil de apontar o dedo à ausência de Portnoy como a principal causa e que não se houve nada de especial de Mangini. Não podemos esquecer que as músicas já estavam praticamente todas compostas quando Mangini entrou, por isso, em relação a esse ponto, teremos que aguardar mais um álbum. Em termos de composição, grande parte do trabalho ficou a cargo de Petrucci e Rudess, com algumas participações de Myung e LaBrie. Em termos de letras, apenas uma tem a assinatura de LaBrie (a “Far From Heaven”) e uma outra foi tem a de Myung e Petrucci. Todas as outras são da autoria do guitarrista, o que não é uma grande mudança, já que mesmo quando Portnoy lá estava, ele disse que iria deixar de escrever letras e deixar essa tarefa para os outros.
“On The Backs Of Angels” não parece a música ideal para single, mas Dream Theater nunca foi banda de singles. De qualquer forma a faixa é boa, o problema é que não é excelente. E esse é o problema de todo o álbum. Não há um impacto devastador à primeira, tal como houve com “Metropolis Pt2” ou com “Six Degrees Of Inner Turbulence”. O que sobressai mesmo no conjunto de todas as músicas, é mesmo o duelo Petrucci/Rudess mas como já é algo que se espera acontecer, também não tem o efeito que costuma ter. “Build Me Up, Break Me Down”, “Lost Not Forgotten”, “Bridges In The Sky”, “Outcry” e “Breaking All Illusions”. Sobra o já mencionado single “On The Backs Of Angels” que abre o álbum e três baladas que não se destacam não por serem baladas mas porque… são um pouco medianas demais. De qualquer forma, das três, teria que destacar a “Far From Heaven”.
Em jeito de conclusão, “A Dramatic Turn Of Events” acaba por não o ser, literalmente, já que na forma as coisas parecem as mesmas, resultando num álbum sólido mas talvez não tão imediato ou espectacular como se esperaria ou desejaria. Como se trata de metal progressivo, de certa forma, até é positivo que não seja imediato. É sinal que a banda ainda se mantém minimamente desafiante. Essa sempre foi a sua característica mais interessante.
Nota: 8/10
"A Dramatic Turn Of Events" track list:
01. On The Backs Of Angels
02. Build Me Up, Break Me Down
03. Lost Not Forgotten
04. This Is The Life
05. The Shaman's Trance
06. Outcry 07. Far From Heaven
08. Breaking All Illusions
09. Beneath The Surface
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Review por Fernando Ferreira
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