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My Dying Bride – "The Barghest O’Withby" Review


No seguimento de Evinta, disco atmosférico comemorativo dos vinte anos de carreira dos My Dying Bride lançado em Março, a banda volta à carga mais de meio ano depois com um EP, também ele muito peculiar. The Barghest O’Withby consiste apenas num tema, com a singela duração de…27 minutos, e as surpresas não se ficam por aqui. Este EP é, provavelmente, um dos revivalismos mais sinceros que tive a oportunidade de ouvir. E o mais curioso é que a banda, apenas se limitou a afirmar previamente, que este disco iria ser mais pesado que o habitual, ao invés de anunciar, com pompa e circunstancia, um apologético regresso ao passado, como muitos gostam de fazer, e que na maioria das vezes se mostra um fiasco.

Começando por Aaron Stainthorpe, não será exagero afirmar, que algumas das vocalizações mais ásperas contidas neste EP, apenas tiveram lugar em As the Flowers Withers. As guitarras soam tal e qual como em The Angel and the Dark River, e o violino volta finalmente a invocar aquela beleza sinistra que Martin Powell tão bem imprimia nos primeiros discos da banda, agora cortesia do novo elemento Shaun MacGowan. Falando em Shaun, de regresso está também o ex-baterista Shaun Taylor Steels, que apesar de ter colaborado com a banda na sua fase mais contemporânea, consegue na mesma emular a alternância entre cadências doom, com os tempos mais agressivos e rápidos, tão reminiscentes daquilo que Rick Miah fazia em Vast Choirs ou The Snow in My Hand. No fundo The Barghest O’Withby é um tema que converge o primitivismo de As the Flowers Withers, o negrume épico de Turn Loose the Swans, e a beleza lúgubre de The Angel and the Dark River. A própria produção, mais uma vez ao cargo de Mags, consegue transportar-nos para as produções mais cruas do inicio dos anos 90, e liricamente, Aaron fala-nos de uma lendária criatura infernal de Yorkshire, região de onde provem a banda.

Enfim, os componentes estão apresentados, agora tirem as vossas conclusões, e se no fim destes 27 minutos, ainda acharem que este lançamento não faz jus ao legado clássico da banda, experimentem pôr a tocar The Cry of Mankind.

Com isto, fica a incógnita, será que The Barghest O’Withby será um prelúdio de um regresso ao passado, ou apenas uma experiência ocasional, tal como Evinta o foi?

Nota: 8.5/10



"The Barghest O’Withby" track list:

01. The Barghest O’Withby



Review por António Antunes