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Vektor – "Outler Isolation" Review

Rei nos anos oitenta, o Thrash Metal foi, e ainda é, um dos géneros que mais importância tem na música pesada. No início da década de oitenta, bandas como os Metallica, Slayer ou Exodus ajudaram a criar aquele que é sem sombra de dúvidas um dos subgéneros mais importantes da grande família do Heavy Metal, influenciando não só inúmeras bandas, como também outros subgéneros.

Se é verdade que foi o subgénero rei nos anos oitenta, é também de realçar que durante os anos noventa o Thrash Metal esteve praticamente apagado, perdendo grande parte do impacto que tivera na década transacta. Mas o género parece não querer cair no esquecimento, e com o início dos anos dois mil parece haver uma certa onda de revivalismo, onde várias novas bandas o vão recriando. O grande problema que assola as mesmas é o facto de grande parte delas serem incapazes de inovar, acabando por copiar o que já foi feito no passado, ficando o ouvinte sempre com a sensação de que “já ouvi isto algures nos anos oitenta”. Pode parecer cliché, mas a realidade é que é raro encontrar uma banda de Thrash desta nova vaga que consiga realmente reinventar o género.

Ora, depois de um debut um pouco aplaudido por todo o lado, chegam-nos os americanos Vektor com o seu segundo álbum de originais “Outler Isolation”.

Para muitos será inevitável colocar os Vektor no saco das novas bandas de Thrash, mas justiça seja feita, o quarteto americano difere bastante de grande parte destas bandas. Antes de mais, o Thrash Metal que praticam é muito mais arrojado, técnico e progressivo, sem perder contudo as características básicas do Thrash convencional, como por exemplo os riffs trémolos e uma bateria poderosa e rápida, aliando a estas características pormenores técnicos deliciosos, que não só farão as delícias dos apreciadores do género, como agradarão certamente a apreciadores de música mais progressiva.

Um bom exemplo desta sonoridade dos Vektor é por exemplo “Tetrastructural Minds”, uma faixa típica de Thrash, mas com apontamentos técnicos acima da média, como por exemplo o solo de guitarra fantástico que a música possui. Outro bom exemplo do virtuosismo dos músicos é a faixa de abertura, “Cosmic Cortex”, um opus de 10 minutos onde os Vektor demonstram todos os seus trunfos, traduzindo-se num dos momentos altos do álbum.

Apesar da inegável qualidade técnica, um dos problemas de “Outler Isolation” prende-se com a eterna questão das outras bandas de revivalismo do Thrash Metal. Sim, é verdade que os Vektor praticam um Thrash diferente e não são cópias descaradas dos nomes mais convencionais como Metallica ou Slayer, mas verdade seja dita, também não primam muito pela originalidade, porque rapidamente vêm à cabeça nomes como Voivod ou Coroner, apesar de a colagem não ser tão evidente assim.

Tecnicamente irrepreensíveis, apesar de não serem de todo originais, os Vektor conseguem destacar-se de grande parte das outras novas bandas de Thrash Metal, muito devido à sua toada mais técnica e progressiva. Há que ter em conta também que este ainda é só o seu segundo álbum de originais, e que ainda têm muita margem de manobra no futuro para criar a sua identidade própria, mas se mantiveram este virtuosismo nas suas composições, certamente que têm tudo para se destacar no género e assumir-se como um dos grandes nomes do Thrash Metal actual.

Nota: 8.5/10

Review por Pedro Reis