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Reportagem: Mindlock, Switchtense, Seven Stitches e Sortilegiis - República da Música - 03/03/12


No sábado dia 3 de Março tivemos oportunidade de assistir ao Atittude Fest, evento organizado pela nova promotora de concertos, a Dreamword Events. No mesmo palco estiveram presentes alguns nomes bem reconhecidos e requisitados da cena nacional, os Mindlock, Switchtense, Seven Stitches e os veteranos Sortilegiis, estes últimos que ainda não tínhamos tido anteriormente oportunidade de conhecer.


A abertura ficou a cargo dos Sortilegiis, banda que apesar da boa actuação, recebeu uma reacção algo morna dos espectadores, que acreditamos que na sua maioria não conheciam este colectivo veterano do Algarve. Diga-se de passagem que talvez por terem uma sonoridade mais negra, distante da praticada pelas bandas que o público se deslocou para ver, foi natural a fraca adesão dos presentes.


Os Seven Stitches foram a banda seguinte e já agradaram mais. Óptimo concerto da banda de Grândola, que mostrou ter a máquina afinada, naquela que foi o última data deste colectivo antes de se concentrarem a compor para o seu segundo álbum. O vocalista de Seven Stitches, Pica, revelou isso mesmo e que a banda espera editar o novo disco mais para o final do ano. Temas habituais como "Room", "From the Sky", "Until You Get Dry" e "Ultimate Devastation", não podiam faltar. Nesta última música aqui referida, a parte que em disco é 'cantada' por Sérgio Afonso dos Bleeding Display e ao vivo costuma ficar a cargo do guitarrista Bixo, foi vociferada pelo baterista Xinês, dos seus amigos Switchtense.



E foram mesmo os Switchtense a banda seguinte. O que dizer dos concertos desta banda da margem sul? Quem já assistiu a eventos com eles, sabe que os Switchtense não sabem dar maus concertos e que normalmente são demolidores. Este não fugiu à regra, talvez não tenha sido o melhor a que já assistimos, mas aqui tiveram a desvantagem de não estar tanto público a fazer a 'festa' como habitualmente e talvez por isso não tenha sido tão memorável. Mas os Switchtense com muito ou pouco público, são profissionais e sem dúvida que deram mais um excelente concerto. Pica subiu ao palco para cantar com Hugo, o tema "Legacy of Hate", como é habitual quando as duas bandas se juntam no mesmo evento. A setlist foi fortíssima como já era de esperar, resultado um de misto das melhores músicas dos álbuns "Confrontation of Souls" e "Switchtense". Surpresas haverão certamente no próximo concerto do grupo, já no dia 28 de Março, no Moita Metal Fest, naquele que será o concerto de celebração dos seus 10 anos de carreira e que será gravado para uma possível futura gravação para DVD.


Os Mindlock ficaram encarregues de fechar a noite, eles que também têm uma grande fama de darem grandes concertos e não deixaram os créditos por mãos alheias. Com um som mais alto do que nos concertos das outras bandas, a banda algarvia baseou a sua setlist quase na integra, no seu mais recente trabalho, "Enemy of Silence", com diversos temas do mesmo, mas não faltaram os clássicos "Manifesto" e "(U)mans", tocados na parte final da actuação. As músicas da banda são boas em álbum, mas é em palco que resultam melhor, como ficou demonstrado nesta noite. Os palcos são o habitat natural dos Mindlock mas há muito tempo que não vinham actuar a Lisboa, como o próprio frontman da banda Carlinhos referiu, prometendo voltar à capital. Muita gente os vai ver daqui a uns tempos num palco maior, o do Vagos Open Air e vão conhecer a sua força ao vivo.


Esta foi uma boa noite de concertos, que deveria ter tido mais afluência, mas valeu a pena para quem esteve presente na República da Música, um óptimo local para concertos underground. A noite terminou com uma agradável after-party a cabo de António Freitas, que passou vários clássicos do metal para o público resistente.


Texto por Mário Rodrigues
Fotos por Diana Fernandes


Agradecimentos: DreamWorld Events