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Accept - "Stalingrad" Review

Os Accept foram uma banda do caraças. Alguns álbuns mágicos, velhinhos de quase 30 anos, ensinaram bandas, impuseram estilos, marcaram o ritmo e mostraram como se fazia heavy metal a sério.

O álbum “Metal Heart” talvez tenha sido um dos melhores da história. Vale a pegar nele e ouvi-lo de uma ponta à outra. Está lá tudo, como nos melhores livros. Poucas vezes se fez música melhor que naquelas 10 faixas inesquecíveis e gloriosas. Fica aqui a sugestão: quem conhece, que o ponha a tocar e se deixe voltar a deliciar. Quem não conhece… bem, desses só se pode ter inveja. Vão ouvir pela primeira vez alguns hinos que nunca mais esquecerão. Infelizmente, ter duas vezes a primeira experiência ainda é coisa negada aos humanos.

Mas os Accept não se resumiram a esse álbum notável. O “Breaker” é extraordinário, assim como o “Balls to the Wall” ou “Restless and Wild”. Todos lançados naquela que é, para muitos, a melhor década de sempre do Heavy Metal.

Seguiu-se um período obscuro. “Russian Roulette” pareceu já uma forma de remexer êxitos antigos e de lhes dar uma forma apenas um pouco diferente. Apesar de se tratar ainda de um álbum bastante razoável, pareceu indicar que a fórmula Accept estava gasta e que o tempo se encarregaria do resto. E assim foi. Tudo o que a banda produziu após 1986 parecia destinado a amarelecer sem nunca ter conhecido qualquer brilho.

Mas em 2010 deram-nos um murro no estômago com “Blood of the Nations”. A banda, remodelada, parecia ter encontrado a poção mágica, e os guerreiros teutónicos voltaram à carga com a magia e a força de outrora. Grandes músicas, solos incríveis e melódicos, ritmos certeiros e irresistíveis e um substituto à altura (literalmente) do antigo vocalista da banda, Udo Dirkishneider: Mark Tornillo. Resultado: um dos álbuns do ano! Seria para durar?

2012 marcou a confirmação: os Accept estão de volta! “Stalingrad” é uma obra de arte! As faixas são incríveis, ritmadas, melódicas e heróicas. E os solos de guitarra… apenas os solos deste álbum valem discografias de várias bandas. E não, não se trata de um exagero.

O duo de guitarristas, Schwarzmann e Hoffman, consegue surpreender-nos em cada música. E nunca nos cansar! Dão a ideia de poderem fazer solos de 15 minutos sem uma ponta de enfado para quem tem a bênção de os ouvir.

As músicas? É difícil destacar apenas uma ou duas. É um daqueles álbuns que se põe a tocar e se ouve com deleite até ao fim. E depois se torna a ouvir. E outra vez.


Uma ocorrência curiosa. Estamos em Abril e talvez já se tenha a certeza sobre o álbum do ano…

Just Accept it

Nota: 9.5/10

Review por Pedro Cotrim