É sabido que na cena metálica mundial, o revivalismo do thrash metal atinge já alguns níveis de cansaço e saturação que são bem evidentes.Contudo existem ainda algumas belas surpresas que nos mostram que o género ainda consegue manter a sua chama e inflamar os ouvidos dos fãs mais fervorosos do thrash metal old school.
A surpresa advém de uma jovem proposta nacional, os Nuklear Infektion, um quintento lisboeta com apenas uma única e simples ambição: tocar thrash metal puro e duro.
Com o recém-lançado EP “Weapons of Massive Genocide” a banda estreia-se no panorama nacional fazendo uma entrada triunfante e bem-sucedida, que irá aumentar a fasquia e causar bastante burburinho na cena nacional.
Com apenas cinco músicas “Weapons of Massive Genocide” abre com a faixa título que demonstra o que podemos esperar ao longo das restantes quatro músicas, riffs cortantes, solos agressivos e desafiantes acompanhados por uma secção rítmica bem coesa. Sendo bastante vincadas as influências do thrash dos anos 80, a dança prossegue para “Preachers of Lies” que mostra a capacidade de alternar entre agressividade e melodia proporcionada num breve instante pelo baixo de Diogo Marques, uma faixa que poderia bem ter saído de um álbum de Heathen. Com “We’re on Command”, a primeira faixa do EP a ser divulgada, vemos uma música com uma atmosfera arrojada e penetrante com um refrão gritado bastante oldschool que faz com que este tema ficasse bem num álbum de Exodus. É essa a melhor qualidade do EP, a sua “vibe” oldschool mas com um cunho bastante próprio.
Entre todos os destaques deste EP, existem também algumas pequenas lacunas que não deixam a banda brilhar com melhor intensidade, como a produção que apesar de caseira e bastante competente não faz justiça à capacidade das cinco músicas que o EP contém e a voz de João Teotónio que apesar de sempre afiada como se quer ainda peca por uma certa falta de definição e personalidade, mas nada que a banda não consiga superar com a longevidade e melhores oportunidades.
Espero que no futuro a banda mostre sempre as qualidades que transparecem com este lançamento, coesão, dedicação, empenho e sobretudo a capacidade de surpreender.
Nota: 7.5/10
Review por Ruben Mineiro
