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Angelus Apatrida - "The Call" Review

Uma das melhores bandas novas de thrash metal é espanhola, para ser mais exacto de Albacete. Esqueçam por momentos as bandas norte-americanas e inglesas que fazem parte do revivalismo do thrash e ouçam este "The Call", o quarto álbum dos Angelus Apatrida.

Se são fãs de thrash metal, vale a pena escutarem este álbum várias vezes e desfrutarem de um alinhamento repleto de temas fortes e sem um único que seja para encher, destacando-se entre estes: "We Are Next","At The Gates Of Hell", "Violent Dawn", "It's Rising" e "Killer Instinct". Thrash rápido e directo ao assunto mas ao mesmo tempo extremamente bem executado, é o que poderão encontrar neste trabalho, chegando a ser impressionante o quão bons interpretes são os membros de Angelus Apatrida. Riffs certeiros com fartura, solos virtuosos, música veloz, agressiva, mas muito catchy, com melodia na medida certa, é assim o novo disco da banda do nosso país vizinho.

Não é nada surpreendente o facto da Century Media ter agarrado estes senhores desde o anterior álbum "Clockwork", porque são uma excelente banda em qualquer parte do mundo e claramente superior a outras novas propostas de thrash vindas de países com mais tradição no género e mesmo a alguns nomes bem conhecidos. Cá em Portugal também temos os Prayers Of Sanity, que na vertente mais old school do thrash também estão a dar cartas, mas a banda nacional ainda agora vai editar o seu segundo álbum, sendo que os espanhóis já estão numa fase mais adiantada e com mais provas dadas. Claro que por cá também temos os Pitch Black, mas estes já estão numa fase mais adiantada, têm 17 anos de existência e não podem ser considerados uma banda da recente fornada do thrash metal.

A nível de influências, quem não conhece os Angelus Apatrida ao ouvir este trabalho poderá lembrar-se um pouco de bandas como Testament, ou Megadeth, que são dois dos nomes com mais ascendência na sonoridade dos espanhóis. Mas é notório neste álbum que as semelhanças se vão diluindo e estes têm vindo a construir uma identidade cada vez mais própria, o que é claramente positivo, num género onde já não há muito por onde inovar, mas que ainda tem muito para dar e a prova disso são os Angelus Apatrida, Evile, Havok, entre outras bandas relativamente recentes que têm editado excelentes discos e os mais recentes trabalhos de alguns colossos do thrash como Kreator, Overkill, Testament e Exodus.

Alguma imprensa quer matar prematuramente o thrash metal, por já não ser algo original mas este está a mostrar ser um subgénero intemporal, desde que seja feito com qualidade e verdadeira paixão, como esta grande banda espanhola faz e o resto é conversa, por mais modas que nos queiram enfiar pelos ouvidos.


Voltando ao álbum e para terminar esta crítica, é de referir que a excelente produção de "The Call", foi efectuada em Portugal, nos Ultrasound Studios, na Moita, por Daniel Cardoso e Nuno Pardal, o que foi importante para o resultado final do disco.


Nota: 8.5/10


Review por Mário Rodrigues