About Me

Engel - "Blood Of Saints" Review

Existem álbuns de todo o tipo. Desde os álbuns a tresandar a podre como os Black Witchery praticam orgulhosamente; até aos álbuns que brilham do tão limpinhos que são, como é o caso de bandas como os Engel. Como é óbvio, apesar do estigma, isto não é um critério de qualidade, pois tanto existe Black Metal necro imperceptível e mesmo insuportável, como existem muitos álbuns modernos com qualidade inegável. Até aqui, presumo não estar a dizer nada de novo, portanto vamos ao que interessa:

Os Engel são uma banda austríaca com um cadastro pouco famoso, pois os dois álbuns antecessores a “Blood Of Saints” não passam de propostas dispensáveis e a repetir fórmulas que os In Flames já praticam há uns anitos. A diferença destes austríacos para o emblemático colectivo sueco, é que estes últimos nunca comprometeram a sua essência (mesmo após a saída de Jesper Strömblad em 2010). Já os Engel, pecam pela falta desta característica.

O que testemunhamos aqui é uma banda que sabe fazer música, mas “só de vez em quando”… o que acaba por ser uma pena, pois o contraste da pujança de “Frontline” e mesmo os refrões pegajosos de “Question Your Place” e “Cash King”; com músicas que passam despercebidas do tão monótonas que são (como é o caso de “Numb” e “Drama Queen”), mancha o registo de forma indelével.

O álbum acaba por ser um registo tanto com momentos agradáveis e desafiantes, como com músicas que fazem com que a única reacção do ouvinte seja o bocejo ou o nariz torcido (porque o azeite ás vezes também é um tempero excessivo em algumas músicas). Assim, toma-se “Blood Of Saints” como algo confuso, onde em onze músicas, só três se destacam pela positiva. (E mesmo assim também não se tratam de nada do outro mundo…)

Com um som que os toma como “cópia eletrónica dos In Flames”, onde a essência está em falta, e cativar o ouvinte também não parece mesmo ser tomado como uma prioridade; acho que não existem razões para se ouvir os Engel quando se pode ouvir a banda original, que lançou no ano passado um álbum bem agradável, resistindo à saída do guitarrista e único membro fundador presente (atualmente, já não existe nenhum membro da formação original, como muitos devem saber). Juntando as circunstâncias, e fazendo comparações, é quase escusado dizer que “o original costuma ser o melhor”. Assim, “Blood Of Saints” acaba por ser a prova que os Engel pouco têm para oferecer, e com três álbuns que testemunham tal falha, a esperança nesta banda é pouca. E se o próximo álbum, no que toca a qualidade, não se afastar disto, então os Engel vão de certeza cair no esquecimento mais tarde ou mais cedo… No entanto, há bons momentos aqui, mas são poucos… e o resto é dispensável… e é a isso que se resume o álbum. Portanto, resumindo por poucas palavras, “Blood Of Saints” não ultrapassa aquilo que se chama de dispensável.


Nota: 5.1/10

Review por Diogo Marques