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Grave Digger - "Clash Of The Gods" Review


Quando falamos na entidade Grave Digger, palavras como mudança e ecletismo não são de todo as primeiras que nos vêem à cabeça. Quando falamos em Grave Digger é sim de HEAVY FUCKING METAL que falamos. Daquele capaz de provocar um torcicolo na cabeça após a escuta de um disco inteiro como este Clash Of The Gods. Apenas 2 anos após a aventura que foi escrever aquela espécie de sequela de Tunes of War, denominada de The Clans Will Rise Again, lá voltam eles com mais um disco, desta vez sobre a mitologia grega.

Dada a similitude de discos destes alemães, é sempre bastante discutível dizer quando é que um é melhor que o outro, mas Clash Of The Gods sem dúvida que está no top daquilo que já fizeram neste novo milénio. Alias, vou ainda mais longe ao dizer que é preciso recuar uma porrada de anos até Excalibur para ouvir um disco destes senhores tão incisivo como este.

De realçar a cada vez maior sintonia entre a banda e o novo guitarrista Axel "Ironfinger" Ritt, a tratar a guitarra como se já andasse na banda desde o seu início, emulando na perfeição a assinatura Grave Digger, desenvolvida outrora por outros monstros das 6 cordas como Peter Masson ou Uwe Lulis. Já Chris Boltendahl continua igual a si própria com a sua mui sui generis voz a arrepiar os pelos da nuca dos deuses mais ferozes do Olimpo.

É especialmente intrigante como é que quase 30 anos depois da estreia Heavy Metal Breakdown, ainda conseguem arranjar criatividade suficiente para sacar riffs tão bons como os de Helldog ou Walls of Sorrow, ou refrões tão apoteóticos como o de God Of Terror, Warriors Revenge ou Home At Last? Mesmo quando as coisas soam demasiado familiares como em Call Of The Sirens (The Dark Of The Sun cof..cof..), em nada belisca a cada vez maior empatia entre disco e ouvinte.

Para já um dos grandes discos de power metal do ano, e a prova irrefutável de que os Grave Digger ainda continuam aí para as curvas.

Nota: 8.5/10

Review por António Salazar Antunes