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Weeping Silence - "For The Unsung" Review


Pior do que ficarmos desiludidos com um disco do qual muito esperamos (pelas mais diversas razões), é ficar desiludido com um disco que na primeira audição nos dá falsas esperanças, que pouco a pouco se vão desfazendo com a consequente audição dos restantes temas. Este parece ser o caso de For The Unsung, o terceiro disco dos malteses Weeping Silence, que provam que até num país não muito conhecido por este tipo de sonoridades, se pode fazer metal com vozes femininas.

É que ouvindo a introdução seguida de Love Lies Bleeding, dificilmente um adepto de bandas com voz feminina ficaria desagradado, pois os Weeping Silence tanto abraçam influências do beauty and the beast norueguês, como do ecletismo holandês. Ou seja se por um lado os teclados abundam nas composições, por outro a importância das guitarras não sai desvirtuada. Da mesma maneira que a vocalista, e principal ponto de referência como não poderia deixar de ser, Rachel Grech, tem um certo jeito para tons mais agudos, embora não se coíba de usar outros registos mais rockeiros. Em suma, uma boa mistura de ambientes góticos, com algum metal mais tradicional, com base numa produção clara, mas áspera o suficiente para parecer que o disco foi gravado nos idos anos 90.

O problema vem a seguir. De repente as boas ideias, e o ecletismo tornam-se demasiado repetitivos e previsíveis. For The Unsung, embora nunca sofrendo um rombo assim tão drástico de qualidade, lá vai gradualmente perdendo o seu interesse, com os momentos de Deja Vu a multiplicarem-se, ao ponto de a pessoa se começar a questionar se a opção “repeat” não teria sido mesmo accionada no leitor. A própria Rachel reflecte todo o sentimento do disco, insistindo cada vez mais nos registos agudos sempre que aparece um refrão, em vez de enveredar pelos seus outros interessantes timbres.

Decididamente reconhece-se o esforço e talento destes músicos, mas parece ainda haver algumas etapas a percorrer, se esperam algum dia impor a sua marca num estilo tão desgastado como este.

Nota: 6.8/10

Review por António Salazar Antunes