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Freitod - "Regenjahre" Review


Os Freitod são uma banda alemã - existente desde 2005 - que nos apresenta com este “Regenjahre” o seu segundo álbum de originais.

A maioria das fontes por nós consultadas classifica estilisticamente os Freitod como uma banda de Black Metal, crendo nós mais acertado situá-los com mais propriedade na esfera do que vem sendo designado como “Depressive Black Metal”.

Na realidade, os Freitod não serão estranhos ao Universo em que se movem uns Shining (comparação que fazendo todo o sentido em termos musicais, ganha ainda mais propriedade pela frieza de alguns vocais, e pela crueza da língua alemã - muito semelhante ao sueco – bem como pela temática abordada ao nível das letras, que se centra precisamente na depressão e no suicídio).

De facto, o Regenjahre é um álbum composto essencialmente de melancolia, de paisagens que se vão desenhando numa tela de contornos cinzentos, ao som de pinceladas de vozes agrestes e frias (sendo redutor classifica-las como guturais), ao que se junta o dinamismo da voz limpa (de grande beleza e mestria!), de melodias tristes – porém dinâmicas! – e de sublimes solos de guitarra muito à semelhança do que os Katatonia faziam nos seus trabalhos mais ancestrais.

Ultrapassada que esteja a dessintonia com a barreira linguística (porque convenhamos, ainda que não sendo inusitado, continua a ser estranho ouvir música cantada em alemão), é impossível não sermos magnetizados pela inata capacidade dos Freitod para criarem grandes canções.

A excelência encontrada em músicas como a “Wenn Alles Zerbricht”, a “Nichtssagend” ou a “Letztes Wort”, é prova irrefutável de que os Freitod são uma banda com um enorme potencial. Ainda que fortemente tingidos pelas influências supra citadas (entre as quais mais releva obviamente Shining), e conquanto a forte ligação com essas influências possa a olho nu causar uma certa inclinação para categorizar os Freitod como um translado de outros, a verdade é que algumas características desta banda podem perfeitamente individualizá-la neste nicho sonoro do Metal de tendências depressivas e suicidas (como sendo por exemplo o papel atribuído à voz limpa - como veículo essencial de transmissão de melodia e sensibilidade - o qual só peca por não ser usado mais vezes).

Aqui encontrarão a companhia ideal para o frio, para um cálice de vinho tinto, e para a noite negra e gelada da solidão.

Nota: 8/10

Review por Sérgio Carvalhais Correia