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Inkilina Sazabra - "Almas Envenenadas" Review


Segundo álbum do projecto de rock/metal industrial português que juntou o escritor Pedro Sazabra e o músico e produtor Carlos Sobral (do projecto Inkilina Morte - daqui o nome deste projecto) e há um amadurecimento de ideias e uma certa evolução no material aqui apresentado. Mais orgânico, sem deixando descurar a parte industrial, temos direito a alguns momentos com guitarra distorcida mas tudo gira à volta da performance de Pedro Sazabra e dos seus poemas. Inevitável não pensar em Mão Morta, uma versão mais negra, mais suja por vezes.

O ambiente do álbum é sufocante, fruto do contéudo lírico e da maneira como ele é cuspido cá para fora por Sazabra (exemplo disso são as letras de "Máquina da Fama" são directas ao assunto e tocam na ferida daqueles que procuram os seus 15 minutos de fama e por todos os que fomentam essa máquina egocêntrica da efemeridade). A nível musical, no entanto, continuam a haver algumas coisas que não resultam, questões que um estilo como o industrial coloca quando se tenta acrescentar algo mais orgânico. Por vezes sente-se que uma abordagem mais orgânica seria preferível, noutras que a abordagem mais industrial deveria ter mais destaque - embora a vertente industrial seja sem sombra de dúvida a dominante.

Com as participações de Rui Sidónio (dos Bizarra Locomotiva, uma das outras claras referências e influências aqui presentes), Nuno Flores (dos The Crow), Fernando Abrantes (produtor de Luís Represas) e Irina Miller (dos Smofog), "Almas Envenenadas" vale pelo seu ambiente intenso e desconfortável, a todos que gostam dos já citados Mão Morta e Bizarra Locomotiva não serão certamente indiferentes. 


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira