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Randy Blythe em discurso directo


Depois de ser libertado a 2 de Agosto o vocalista de Lamb Of God Randy Blythe deu uma entrevista à Metal Hammer onde relata, em discurso directo, todo o processo e os planos para o futuro. As partes mais importantes da entrevista podem ser lidas abaixo.

Metal Hammer: A declaração que emitiu é bastante respeitosa para com a família envolvida e obviamente isso é extremamente importante para si…

Blythe: "É de importância vital. É o pior nesta experiência, ir para a prisão é mau e estar lá não é divertido mas, aquilo que enfrentei e que ainda tenho para enfrentar não é nada comparativamente ao que esta família tem passado. Eles perderam um filho e isso é o pior que pode acontecer a um ser humano, não é suposto acontecer. Não posso é assumir responsabilidade por isto visto que estou inocente, acredito, do fundo do coração, que se achasse que de alguma forma era culpado por esta situação não teria sequer considerado a hipótese de pagar uma fiança para sair em liberdade. Eu fui educado por uns pais com valores morais muito fortes que me ensinaram a aceitar a responsabilidade total pelos meus actos, mas eu acredito, ou melhor, eu SEI que sou inocente.”

Metal Hammer: Mas lembra-se do espectáculo em causa ou é apenas mais um na memória?

Blythe: "Lembro-me que foi a primeira vez que tocámos em Praga (…) que havia imensas pessoas no palco. Também me recordo que mal saí de palco o meu publicista ligou-me a informar que o Paul Gray (Slipknot) tinha morrido e isso tornou aquele dia inesquecível”

Metal Hammer: Portanto não tinha qualquer noção que tinha havido feridos?

Blythe: "Não! Há pessoas a saírem feridas de todos os concertos de metal. Não é que tenhamos fugido a seguir ao espectáculo, estivemos em Praga até ao final da manhã, a “crew” esteve a arrumar o material e eu estive lá sentado a falar com pessoas ao telemóvel que me iam ligando a fazer perguntas do estilo: «é verdade que o Paul Gray morreu?». Estava bastante triste e passei bastante tempo à conversa, recordo-me de tudo isto mas do espectáculo propriamente dito apenas da quantidade imensa de pessoas que estavam no palco e não deveriam estar. Não tínhamos qualquer conhecimento que alguém estivesse ferido mas, conforme já disse, os meus sentimentos de justiça ou injustiça nada têm a ver com a realidade de que a família está em sofrimento e que precisam e respostas que eu me sinto eticamente obrigado a dar se for chamado a tribunal para, pelo menos, poder dar a minha versão dos acontecimentos, para que a família possa encerrar este assunto. (…)”

Metal Hammer: Tendo em conta que não pode fazer planos a muito longo prazo por não saber se terá de ir a julgamento ou não, quais são os planos para o futuro?

Blythe: "Eu não sei se terei de voltar ou não, vou assumir que sim. Vou assumir que será em Dezembro ou Janeiro, mas entretanto vamos fazer uma tour pelos EUA. Precisamos de fazer algum dinheiro porque as custas processuais são exorbitantes, foi necessário fazermos um empréstimo para cobrir a fiança que é de quase meio milhão de dólares e nenhum de nós faz essa quantidade de dinheiro sem preocupações. A nossa forma de fazer dinheiro é a fazer espectáculos, coisa que não podemos fazer se eu estiver na prisão. Uma das tours já foi cancelada e reunimos hoje para falar sobre forma de manter o negócio em funcionamento num momento em que o dinheiro se está a esgotar. É difícil, mas é melhor do que estar na prisão. E eu vou regressar a Pragam sou um homem de palavra e disse ao juiz que voltaria.”

Metal Hammer: Qual é o cenário mais pessimista?

Blythe: "Dez anos sem direito a redução de tempo por bom comportamento. Tem-se dito que  acusação é de homicídio involuntário mas o que está definido é agressão planeada do 4º grau resultando na morte deste jovem e a pena para tal é de 5 a 10 anos sem reduções de pena. Portanto, no pior dos casos, serei libertado quando estiver com 51/2 anos, tento não pensar demasiado nisto porque é assustador. Não quero ir pra a prisão mas é um facto que pode acontecer e irei lidar com isso quando a altura chegar, é tudo o que posso fazer. E vivermos com um pé no passado e outro no futuro acabamos por “lixar” o presente, por isso, estou a preparar-me o melhor possível, a minha banda está comigo e a minha também e vamos fazer tudo para provar a minha inocência mas preocupar-me antecipadamente com um futuro incerto ou ficar demasiado aborrecido porque estive detido por 37 dias não me faz bem nenhum.”

JM