About Me

Entrevista aos In Chaos





Numa altura em que o thrash metal ressurge em terras lusitanas, eis que surge mais uma banda 
promissora. Desta vez, as honras são dadas pelos In Chaos cujas influências musicais mais enraizadas vão desde uns Metallica até a uns Megadeth. A Metal Imperium esteve à conversa com esta banda e muito desvendámos.



M.I. – Porquê deram à vossa banda o nome “ In Chaos “? Que caos é este?

Bem, primeiro suou “catchy”, depois, até hoje, não sei porquê, sempre estive rodeado por um certo caos, não propriamente na vida pessoal, mas mais na vida profissional. É um meio difícil  que requer decisões difíceis  com momentos difíceis e num todo é uma desordem e um caos constante tentar manter o barco à tona e alguma sanidade! Portanto, sinto-me demasiado ligado ao caos e fui directo, chamei as coisas pelos nomes! [risos]


M.I. – “ From chaos rises order “ é o título do vosso primeiro trabalho. É um título um tanto ou quanto antagónico. Donde surgiu a ideia para o nome e como é que este se relaciona com o conceito do álbum?

Eu acho que este caos de que se fala, é mais visto como uma luta constante, e dessa luta surgem resultados, por vezes bons, para variar um bocadinho [risos] mas, acredito que do caos nasce a ordem, é como se tivéssemos que desarrumar tudo e voltar a arrumar, e durante o percurso vamos aprendendo a fazer melhor as coisas, vamos descobrindo novas soluções para esse caos. Isto é o que se passa com o nosso álbum. Nota-se que dentro do mesmo houve uma evolução, uma construção de ideias com tempo entre elas. O álbum estava á cerca de três a ser construído e todas as experiências dessa altura constam nele. Foram alturas complicadas pois não houve grande presença de banda, basicamente fiz tudo sozinho e entreguei aos músicos para tocarem. Resumindo, tudo parecia tão cru e pobre até realmente ter um baterista a tocar as suas partes bem como os guitarristas a tocarem as suas, porque eu é que gravava tudo, baixo, guitarra e bateria. Como tal, desse caos musical [risos] nasceu uma certa ordem em que tudo se encaixou no devido sitio quando cada músico fez a sua parte!


M.I. – Podem dar-nos uma ideia geral das principais temáticas que escolheram abordar no vosso álbum?

Principalmente o “Struggling” nesta vida de músico. Como é desgastante  e duro, bem como deixar clara a mensagem de que não vamos desistir, NUNCA! Depois claro, alguns temas mais pessoais como é o caso da balada “Hide” que fala da partida de alguém muito querido para mim, ou “Misunderstand” que fala das tentações desta vida nocturna que os músicos levam, que sim são as mulheres, o álcool, as drogas, enfim... e também algumas suaves opiniões politicas pois não sou grande aficionado confesso, falo também do tão mediático “End Of The World”, e claro, gosto de fantasiar e de imaginar situações e entro numa viagem só minha e escrevo enquanto viajo!!! 


M.I. – No que diz respeito à letra e à composição, houve algum tema ou temas que vos tenha sido mais difícil expressar/construir?

Sim, existe um tema em especial, “A Day To Remember”, é um tema complexo e arrisco-me a dizer, difícil de ouvir e gostar á primeira. O tema tem um ambiente calmo no inicio mas com uma escolha de notas bem melosas e tristes, depois dispara para um ambiente totalmente diferente, bem pesado e “dark”, um pré-refrão mais simples e um refrão “in your face”, bem directo e fácil de captar. O maior desafio para mim nesta música foi encontrar o “sweet spot” na melodia dos versos, lembro-me de ter feito talvez umas 10 letras diferentes com 10 melodias diferentes só para os versos e nada ficava bem, até que por fim lá encontrei. Este tema também tem uma das partes que mais adoro tocar de todo o álbum, uma bela parte progressiva e bem arrojada que com uns copos a mais não acerto nem uma nota!!! [risos]



M.I. – O vosso álbum foi produzido pelo Daniel Cardoso. Como foi trabalhar com alguém já tão experiente?


Não foi fácil... para ele [risos] sabes, já consumíamos estas músicas à muito tempo, estávamos demasiado feitos a elas e não foi nada fácil para ele tentar tornar uma música de 8 minutos numa música com 3 ou 4 [risos] portanto, dá para imaginar o cenário!!! Ele dizia: “Bem, esta parte elimina-se toda e ganhamos 2 minutos”, e nós respondíamos  “Deves estar a brincar!!!” [risos] foi divertido e lá acabámos por ceder nalgumas coisas!!! Ele sabe o que diz e nós sabíamos o que queríamos, foi tentar encontrar um meio termo. E acho que ele também gostou de trabalhar connosco, para primeiro álbum acho que correu bem! 


M.I. – Todos vocês já tiveram uma banda de covers e originais. Logo, já têm alguma “ bagagem “ musical. Consideram que essa experiência mudou-vos enquanto pessoas e enquanto músicos e deu-vos mais maturidade para formarem os In Chaos?

Sim, sem dúvida. Todos nós já tínhamos uns aninhos desta boa vida! Ajudou musicalmente sem qualquer dúvida, mas ajudou ainda mais por já sabermos o que fazer ou não fazer na estrada! Os In Chaos, são um mix de personalidades e feitios que se unem na hora de fazer música tornando-nos num só!


M.I. – Já tocaram algumas vezes ao vivo, sendo que chegaram mesmo a participar no concurso Rock Rendez Worten 2011 donde saíram vencedores e inclusive foram apadrinhados pelo vocalista Fernando Ribeiro dos Moonspell. Como foi esta experiência? Soube bem ganhar, não? [risos].

Bem, na realidade, nós não ganhámos, apenas ganhámos algumas fases antes da final, mas na  final ganhou uma banda de reagge!!! Não posso deixar de lamentar, pois só não ganhámos por questões de vendas no mercado. AH, e sim, o reagge tem imensa saída em Portugal... A experiência em si foi excelente (!) pois conhecemos mais bandas, trabalhámos com o Fernando Ribeiro, que foi uma honra, e acima de tudo, foi uma curtição!!!



M.I. – No passado dia 29 de Setembro tocaram no Festival Metal Gdl juntamente com outras bandas nacionais. Em que outro festival gostavam de ter a oportunidade de tocar e para que bandas gostariam de vir a abrir?


UI... Bem, quanto a festivais, gostávamos de ir ao Rock in Rio, Super Bock, Optimus Alive, Wacken, ao Rock Am Ring, etc, e vou deixar uma carta ao Pai Natal a pedir isto tudo [risos] estou a brincar, quanto á carta claro! Estes festivais gigantes, bem, são os nossos sonhos, que, pode ser que um dia se tornem realidade, mas claro que gostávamos de ir a todos quantos possível  Quanto a bandas... bem, definitivamente, Metallica, Megadeth, Machine Head, Sepultura, Down, sei lá... tantas...


M.I. – Se tivessem que definir a vossa música numa única palavra, qual seria e porquê?

Inocente! Esta palavra é uma mistura de vontade de fazer música com um pouco de “know how” mas muita ingenuidade, sinceridade e prazer naquilo que fizemos neste álbum.



M.I. – Digam algo de vossa justiça que desperte a curiosidade dos leitores da MI e outros ouvintes do metal para a vossa sonoridade. Façam publicidade! [risos]

Bem, tenho a certeza que indiferentes não vão ficar, é sempre estranho apreciar o nosso trabalho desta maneira, mas vou tentar. Acho este álbum “From Chaos Rises Order” é uma viagem no tempo, traz uma certa nostalgia e desperta em nós sensações diversas! Temos músicas thrashy, temos baladas, temos heavy puro e duro, temos prog, temos rock, temos groove, não sei, acho que neste álbum não nos cingimos a um estereótipo de som. É uma viagem para diferentes sítios  diferentes ambientes e tenho a certeza absoluta que não vão ignorar esses momentos. Tem atitude e tem acima de tudo uma mensagem de luta, ambição e persistência pelos nossos sonhos. Portanto, um som muito positivo!

Entrevista por Daniela Freitas