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I Spit Ashes - "Inhaling Blackness - Reflecting Light" review


Com um som de sintetizador a lembrar a segunda fase dos Crematory, o álbum de estreia dos I Spit Ashes tem início e quando a intro acaba e as guitarras de "Missper" começam a soar, temos uma ideia clara ao que vêm. Som moderno e poderoso com forte componente de sons sintetizados por trás, sem ter propriamente cara de som industrial - o melhor exemplo que encontro são mesmo os trabalhos mais recentes dos Crematory. No entanto, se existem outras bandas que nos surgem são definitivamente os In Flames (fase pós "Reroute To Remain") e os Dark Tranquility (fase "Haven" e "Projector"), isto juntando a um forte sabor a death metal moderno ou de inspiração mais... core.

Pegando no press release, temos a descrição do estilo que a banda toca como "Metal 2.0" e embora este termo já tenha sido usado antes, não deixa de soar arrogante e incompreensível. Ter um som moderno e poderoso, não implica um upgrade ao que já existe, no que ao metal diz respeito, até porque, como já disse atrás, isto faz lembrar demasiadas coisas já feitas, sem as conseguir superar propriamente, para que se possa considerar um upgrade. Depois, olhando para a capa, a composição parece mais a de uma banda de power metal progressivo, ou de metal gótico, do que propriamente do estilo explorado neste álbum.

Apesar disso, e apesar dessa aproximação a um som mais moderno, inesperadamente, não são apenas os ritmos e os arranjos de teclados a ter direito à luz da ribalta, também há alguns solos e leads de guitarra interessantes que servem para trazer mais riqueza ao álbum embora a sensação de déjà vú nunca seja muito desfeita e não exista nenhum momento realmente marcante, tirando talvez a melodia inicial e de refrão de "Crossing The Borderline". É assim um álbum que certamente não irá desagradar a qualquer fã das fases referidas das bandas acima indicadas, embora também não consiga, provavelmente, cativar os outros.

Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira